25/06/2025 às 17:36
Enquanto o mundo lida com a crise do petróleo e a instabilidade nos preços do produto, o CNPE, Conselho Nacional de Política Energética, anunciou, nesta quarta-feira (25), o aumento dos níveis de mistura dos biocombustíveis ao petróleo, no Brasil.
A medida tenta diminuir os impactos geopolíticos do conflito entre Israel e Irã.
Durante a segunda Reunião Extraordinária do comitê, em Brasília, o secretário nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível, Pietro Mendes, explicou que as mudanças reduzem a dependência da importação de petróleo pelo Brasil.
" A gente tá vivenciando uma volatilidade de preços muito grande (...) e o risco de ter uma disrupção das cadeias de fornecimento globais. A gente reduzindo a importação de combustível, a gente se torna mais resiliente a qualquer cenário internacional. A gente está muito suscetível a impactos no preço ao não adotar políticas como estamos fazendo hoje. Além disso, existe uma percepção global de risco sistêmico desse conflito, porque um terço de todo o petróleo comercializado no mundo passa por uma das áreas que pode ser afetada pela escalada desse conflito."
Segundo a decisão do CNPE, a partir de primeiro de agosto, o percentual de biodiesel, combustível menos poluente, no diesel, vai passar de 14% para 15% no produto final. E a gasolina vai subir de 27% para 30% de etanol anidro nas bombas.
Durante o evento, o presidente Lula destacou a importância da transição energética para aumentar a competitividade do Brasil.
"Se fosse ouvir apenas um lado das opiniões públicas, nós não teríamos feito o programa Biodiesel. Muita gente dizia que, se a gente fosse fazer biodiesel, a gente iria fazer com que faltasse alimento no mundo inteiro e que o Brasil não poderia ter essa responsabilidade. E eu queria dizer que essa política de biocombustível é um modelo que ninguém vai conseguir competir com o Brasil."
Em novembro deste ano, o Brasil vai sediar a COP 30, em Belém do Pará.
Lula disse que, se for possível, a exploração de petróleo na Margem Equatorial vai ajudar a financiar a transição brasileira.
"Na transição energética, vocês são parceiros fundamentais pra gente entrar nessa COP de cabeça erguida. Ninguém vai me dizer 'não vai explorar petróleo na Margem Equatorial'. A gente vai tratar com muita seriedade. A gente quer pesquisar, a gente quer ver se tem, e se tem, vamos tratar. Porque será o uso do petróleo que vai garantir o financiamento para esse país e para o mundo fazer a transição ecológica definitivamente e abrir mão do combustível fóssil, quando a gente estiver pronto pra respirar do outro lado."
Segundo o governo, esse aumento da presença de biocombustíveis vai permitir uma redução de 4 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o principal gás de efeito estufa emitido pela atividade humana.
O aumento das misturas dos biocombustíveis — que são feitos de fontes renováveis, como plantas e resíduos orgânicos — está previsto no programa Combustível do Futuro, do Ministério de Minas e Energia.
O texto aprovado no Congresso prevê que a presença de biodiesel no óleo diesel pode chegar a 20% e a adição de etanol à gasolina a 35%.
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