09/06/2025 às 09:37
Você já se perguntou qual o destino de uma semente de abacate depois que ela é consumida? O que normalmente vai para o lixo pode ajudar a ciência a promover o desenvolvimento sustentável. Uma pesquisa apurou que a semente de abacate tem resíduos que podem ser aproveitados pela indústria, como a enzima lipase. O projeto conta com 15 pesquisadores brasileiros e peruanos e tem o apoio da FAPERJ, Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.
A lipase é produzida por microrganismos que se alimentam de uma fonte de lipídios encontrada no abacate. Ela pode ser adquirida comercialmente, mas seu alto custo, muitas vezes, inviabiliza o processo. A produção da enzima por meio de resíduos da agroindústria tem se mostrado mais barata e sustentável. A pesquisadora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Eliane Pereira Cipolatti, fala da importância da lipase.
"As enzimas são proteínas muito importantes. Elas aceleram reações químicas, fazem com que elas aconteçam de forma mais rápida e viável para a indústria. E elas fazem isso de forma limpa, sem gerar resíduos tóxicos".
A lipase é usada na produção de biodiesel e, na indústria farmacêutica, para auxiliar na formulação de medicamentos. A semente e a casca do abacate também são aproveitadas para a obtenção de bioativos, como explica Eliane Cipolatti.
"O que são esses compostos bioativos? São substâncias naturais que vão além da nutrição básica. Eles nos ajudam a prevenir doenças, combater o envelhecimento precoce e até a proteger nossas células contra danos. São aliados poderosos da saúde".
A produção de abacate no Brasil é de cerca de 340 mil toneladas, já o Peru ultrapassa as 550 mil toneladas. Os dois países estão entre os cinco maiores produtores mundiais da fruta.
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