04/06/2025 às 13:40
Deputado Estadual, Branco Mendes ‧ Foto: Nyll Pereira
O Republicanos, que há poucos meses era símbolo de força e articulação política na Paraíba, começa a enfrentar uma crise silenciosa — mas crescente — com a saída ou sinalização de saída de nomes experientes de sua bancada na Assembleia Legislativa. A confirmação de que o deputado Branco Mendes pretende deixar o partido, somada à já anunciada desfiliação de Bosco Carneiro, expõe o desconforto dentro da legenda e acende um alerta para 2026.
Branco Mendes, com cinco mandatos consecutivos, deixou claro que a dificuldade de espaço interno e a pressão pela reeleição são os principais fatores de insatisfação. Com nove deputados estaduais, o Republicanos se consolidou como a maior bancada da ALPB, mas esse mesmo volume tem gerado conflitos por protagonismo, palanque e sobrevivência eleitoral.
A crítica recorrente entre os que pensam em sair é a de que o partido se tornou "inchado", e que os parlamentares fora do núcleo de comando — liderado por Hugo Motta e Adriano Galdino — estão sendo deixados à margem das decisões estratégicas. A preocupação é legítima: em um partido com muitos nomes competitivos, as chances de reeleição podem ser reduzidas pelo efeito colateral da própria força da legenda.
Caso se concretizem novas saídas, o Republicanos poderá perder mais do que espaço numérico. Perderá quadros históricos e votos consolidados, o que pode impactar tanto sua performance na eleição proporcional quanto sua influência na construção das chapas majoritárias em 2026.
Em paralelo, outras legendas de médio porte enxergam nessa movimentação uma oportunidade de absorver nomes com densidade eleitoral, o que pode reconfigurar alianças e blocos dentro da ALPB. Para a oposição ao governador João Azevêdo, por exemplo, a fragilização interna do Republicanos pode ser uma janela de reorganização política.
Enquanto isso, o comando estadual do partido tenta conter a sangria sem expor fissuras maiores. Mas o recado está dado: a legenda pode ter chegado ao limite de sua coesão interna, e o desafio agora é administrar o crescimento sem romper com sua base parlamentar.
Por Pereira Júnior
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