28/05/2025 às 17:05
Hoje mesmo eu falei com a ministra Gleisi para que ela chame uma reunião nossa das ministras para que a gente se posicione. Inadmissível isso. E cada vez que algum deputado se arvora no direito de agir como agiu, é um péssimo exemplo para a sociedade brasileira, para a juventude. Nós haveríamos de agir sim e pedir até aos tribunais superiores que tomem providências para que isso não volte a acontecer.
No evento desta quarta, representando o presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sugeriu que a cerimônia se tornasse “um ato de desagravo” a Marina Silva.
Também na cerimônia esteve a deputada federal Jack Rocha, coordenadora-Geral dos Direitos da Mulher da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, que considerou um desrespeito a todas as mulheres.
Ela ser desumanizada enquanto pessoa numa tentativa misógina diante de um episódio horroroso no parlamento brasileiro, que deve representar sobretudo a expressão da sociedade, como todas desrespeitadas e não podemos aceitar que aquilo que aconteça seja transformada em algo cotidiano e naturalizado.
A deputada federal, Célia Xakriabá, presidenta da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, cobrou que os homens também se posicionem a respeito de situações semelhantes.
A ministra Marina Silva, para além de pasta de governo, ela é reconhecida como uma mulher que defende o território. Não atacou somente a ministra Marina Silva, atacou a floresta, a terra, atacou mulheres indígenas. É preciso combater o machismo. Não é somente as mulheres carregando essa luta nas costas.
Ao defender espaços sem violência política contra as mulheres, a deputada federal Talíria Petrone também manifestou solidariedade a Marina Silva.
Existe ainda uma ocupação nos espaços de poder muito masculino e uma violência para que a gente fique nesse espaço. A gente precisa aperfeiçoar a legislação, integrar os poderes para que as mulheres possan não só cada vez estar mais presentes na política, como permanecer sem violência.
A deputada federal, Erika Kokay, considerou o episódio como “misoginia”, e o classificou como “absurdo”.
É inadmissível. Nós não podemos aqui permitir que nós tenhamos essas expressões misóginas que buscam colocar a mulher em locais que foram determinados pelo patriarcado e pela lógica sexista e machista. Todo o apoio, toda a solidariedade, à ministra Marina Silva, porque atacar a ministra é atacar cada uma de nós.
Representando o Movimento de Mulheres Camponesas, Juciane Lago, repudiou o machismo contra Marina Silva e também cobrou posicionamento dos homens.
Nós repudiamos veementemente as agressões que ainda continuam ocorrendo dentro dos espaços de poder. Então nós se colocamos lado a lado na luta contra o machismo. O movimento compreende que os homens também são parte dessa sociedade e assumir a postura de qualquer tipo de violência em relação às mulheres.
A nova ministra das Mulheres, Márcia Lopes é assistente social e já foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, durante o segundo mandato do presidente Lula. Apesar da cerimônia desta quarta, ela já havia sido empossada no início deste mês, pelo presidente Lula.
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