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Mudança do clima não é mais um alerta, diz ministra Marina Silva

Rádio Agência

07/05/2025 às 17:40

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O planeta vive uma emergência climática e é preciso agir. Esse foi o alerta da Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante a abertura do segundo dia da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, nesta quarta-feira, em Brasília.  

Que aconteceu no Rio Grande do Sul, a seca no Pantanal, a seca na Amazônia, incêndios em várias regiões do mundo com prejuízos avassaladores é uma demonstração de que a mudança do clima não é mais um alerta, como foi dado em 1992. Já é um fato acontecendo nas nossas casas, nas nossas ruas, nas nossas lavouras, indústrias, no comércio prejudicando os mais vulneráveis.

Para a ministra Marina Silva, nenhuma medida é suficiente, enquanto o mundo continuar queimando combustível fóssil, como o petróleo e o gás natural, para gerar energia.  

Não basta triplicar energia renovável, não basta duplicar a eficiência energética. É preciso fazer a transição para o fim de uso de combustível fóssil. Isso não é mágica. Isso é investimento, é ciência. Mas eu prefiro que a gente faça uma transição justa e planejada para o fim do desmatamento, para o fim do uso de combustível fóssil, do que a gente não tendo tomado a atitude no tempo certo ter que ser mudado. 

Ao lado da ministra do Meio Ambiente, o cientista climático, Carlos Nobre, da Universidade de São Paulo, trouxe um alerta à humanidade, com dados científicos. O professor comemorou a redução do desmatamento nos últimos dois anos, nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia, o que contribuiu para que o Brasil reduzisse em 12% a emissão de gases do efeito estufa. Apesar da redução, Carlos Nobre reforçou que o Brasil precisa zerar essa emissão até 2040, já que é o quarto pais, no mundo, que mais emite esses gases poluentes.  

Vamos zerar as emissões em 2040. Como? 100% energia limpa e renovável em 2040 totalmente factível. A queima dos combustíveis fósseis gera poluentes em todas as cidades do mundo. Quantas pessoas morrem devido à poluição urbana no mundo? 6 a 7 milhões de pessoas por ano. Além de combater emergência climática melhor demais a qualidade do ar o Brasil tem Total potencial e ter 100% de energia limpa e renovável. 

Segundo o especialista da USP, as pesquisas de dezenas de cientistas do mundo mostram que é preciso evitar o aumento na temperatura da Terra, ou a humanidade vai chegar no chamado “ponto de não retorno”, com situação de alerta para três biomas brasileiros.  

Amazônia está realmente na beira do ponto de não retorno. Em 30 a 50 anos, se a gente passar do ponto de não retorno da Amazônia, a Amazônia vai sobrar no máximo 50%, mais provavelmente só 30%. Cerrado está muito próximo do ponto de não retorno. Está mais quente, mais seco devido ao desmatamento. E, algumas regiões até 3,5ºC mais quente. Nós temos muito próximos do ponto de não retorno da Caatinga. A caatinga tem sofrido o desmatamento também. Se tiver vários aquecimentos, a grande parte da Caatinga vai desaparecer e vai de tornar semideserto, o norte da Bahia já está se tornando semideserto. 

Além de zerar o desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa, entre as possíveis soluções propostas por professor Carlos Nobre, estão a arborização em massa das cidades brasileiras e a valorização do conhecimento dos povos tradicionais, como indígenas e quilombolas.  

Atentas aos alertas da ministra e do cientista, centenas de pessoas de todo o país visitaram a 5ª Conferência do Clima, pela primeira vez. Cheias de propostas e sonhos, com o otimismo na bagagem.  

Laudessandro Silva veio do Quilombo Ivaporunduva, no estado de São Paulo. No evento, defendeu a sabedoria das comunidades tradicionais como ferramenta contra as mudanças do clima.

Kaio Tentehar, indígena Guajajara Tentehar, veio da aldeia Cachoeira Grande, no Maranhão, para atuar na valorização dos povos originários e somar forças na luta contra o desmatamento e contra o garipo ilegal.  

A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente segue até a sexta-feira, 9 de maio, com grupos de trabalho, atividades temáticas e propostas sendo debatidas para um documento final. O evento é uma forma de pensar soluções com base na ciência, que devem ser levadas para a COP 30, em Belém do Pará, daqui a seis.  

Brasília (DF), 07/05/2025 - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (c), cientista brasileiro do sistema terrestre, Carlos Nobre (d) e ministro da Fazenda substituto, Dario Durigan (e), participam de palestra magna durante a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Brasília (DF), 07/05/2025 - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (c), cientista brasileiro do sistema terrestre, Carlos Nobre (d) e ministro da Fazenda substituto, Dario Durigan (e), participam de palestra magna durante a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Meio Ambiente Ministra participou da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente Brasília 07/05/2025 - 17:40 Rafael Gasparotto / Liliane Farias Sayonara Moreno - repórter da Rádio Nacional 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente quarta-feira, 7 Maio, 2025 - 17:40 6:30

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