Sousa/PB -
Solenidade

Projeto Banco Vermelho no combate à violência de gênero é instalado na unidade do MPF em Campina Grande

Solenidade contou ainda com apresentação da exposição virtual Mulheres Invisibilizadas e divulgação da Lei do Minuto Seguinte

Por Redação do Reporterpb

04/07/2025 às 18:38

Imagem Projeto Banco Vermelho no combate à violência de gênero é instalado na unidade do MPF em Campina Grande

Projeto Banco Vermelho no combate à violência de gênero é instalado na unidade do MPF em Campina Grande ‧ Foto: Divulgação

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O Ministério Público Federal (MPF) promoveu, nesta sexta-feira (4), em Campina Grande (PB), a solenidade de instalação do Banco Vermelho, uma iniciativa que busca conscientizar a sociedade sobre a violência doméstica e o feminicídio. O Banco Vermelho - instalado em locais de grande circulação - é um símbolo internacional da luta contra a violência de gênero. Além de chamar atenção para o tema, funciona também como ponto de informação e reflexão.

O evento, realizado na Procuradoria da República - sede do MPF no município - reuniu membros da instituição, autoridades e representantes da imprensa. Na ocasião, também foi apresentada a exposição virtual Mulheres Invisibilizadas, que pode ser visitada online. Durante a solenidade, houve ainda destaque para a Lei do Minuto Seguinte, que assegura atendimento imediato, integral e obrigatório às vítimas de violência sexual em hospitais que integram o Sistema Único de Saúde (SUS). Mais informações sobre a lei estão disponíveis aqui.

Na unidade do MPF em Campina Grande, o banco vermelho carrega a frase: “Neste banco poderia ter uma mulher exercendo sua cidadania, mas foi vítima de feminicídio. DISQUE 100, 180, 190, 197.“

Antes do descerramento do banco, que está exposto na recepção da procuradoria, exatamente ao lado da Sala de Atendimento ao Cidadão, os participantes do evento assistiram a um vídeo da quadrilha junina campeã do Festival Regional de Quadrilhas Juninas do Nordeste 2025. A quadrilha junina Amanhecer no Sertão, de Maceió, conquistou o título com o tema "Até que a morte nos separe", abordando a violência contra a mulher e o feminicídio.

Segundo a procuradora regional dos Direitos do Cidadão e uma das idealizadoras do evento, Janaina Andrade, a solenidade também é importante para reflexão acerca dos dados trazidos pelo Mapa da Segurança Pública de 2025. De acordo com o levantamento, quatro mulheres são mortas por dia no Brasil, apenas pela sua condição de mulher (feminicídio). Na Paraíba, até 30 de junho desse ano, 19 mulheres foram vítimas de feminicídio.

Janaina lembrou, ainda, que a ideia de mulher como propriedade, típica de sociedades patriarcais, leva à violência, como o feminicídio praticado na cidade de Itaporanga, no Sertão da Paraíba, no último domingo (29), quando um homem matou a companheira e baleou a filha de um ano. “Para mudar a espiral exponencial de violência contra a mulher, precisamos de um olhar e ações de toda sociedade“, enfatizou a procuradora.

A procuradora da República Acácia Suassuna, que é integrante do grupo de trabalho Igualdade de Gênero da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC-MPF) e também uma das idealizadoras do evento, ao apresentar a exposição virtual mulheres invisibilizadas convidou a todos para conhecer a trajetória de mulheres que não tiveram suas histórias de lutas e conquistas contadas pela história. Em relação a violência sexual contra a mulher, destacou que, segundo pesquisa do IPEA, duas mulheres são vítimas de violência sexual por minuto, sendo de suma importância a divulgação da Lei do Minuto Seguinte para que as vítimas recebam atendimento médico e profilaxia da gravidez e infecções sexualmente transmissíveis.

Integração - A juíza Graziella Queiroga, coordenadora da Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça da Paraíba, ressaltou a importância da ação do MPF no combate ao feminicídio e conscientização da população e parabenizou o órgão por ter abraçado a campanha, trazendo visibilidade ao tema.

A delegada adjunta da Delegacia da Mulher em Campina Grande, Laura Fonseca, destacou que a população e os profissionais envolvidos em redes de apoio precisam tomar conhecimento de ações que promovem proteção de vítimas. Já a promotora Adriana Amorim, que atua na Promotoria da Saúde em Campina Grande, enfatizou que a violência contra a mulher é uma chaga, um problema inclusive de saúde pública.

O evento contou com a presença do procurador coordenador da Procuradoria da República em Campina Grande, Bruno Barros, que deu as boas-vindas aos presentes e do procurador-chefe Bruno Galvão, que enalteceu a iniciativa das procuradoras da República Acácia Suassuna e Janaina Andrade, idealizadoras do evento.

Também estiveram presentes, entre outros, o diretor do fórum da Justiça Federal e diretor do fórum da Justiça Estadual. Representantes da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Federal. Além de representantes da secretaria da Mulher e da Diversidade Humana e da Associação das Mulheres das Carreiras Jurídicas.

Mulheres invisibilizadas - Criada pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, por meio do Grupo de Trabalho Igualdade de Gênero, a mostra Mulheres Invisibilizadas resgata as histórias de 30 brasileiras que foram pioneiras em suas áreas de atuação, mas que seguem à margem da memória oficial.

São mulheres como Margarida Maria Alves, Bárbara de Alencar, Teresa de Benguela, Dorina Nowill, Maria Felipa de Oliveira, Hipólita Jacinta Teixeira, Leolinda Daltro, Luíza Mahin e muitas outras que desafiaram as normas de seu tempo e abriram caminhos para gerações futuras — e ainda assim, foram invisibilizadas.

Banco Vermelho - A ação é fruto da Lei 14.942/2024, cujo objetivo é sensibilizar a população, promover a reflexão e divulgar canais de denúncia e apoio às vítimas. Para os organizadores do evento em Campina Grande, o momento foi de afirmação institucional diante de uma urgência social.

Fonte: Ascom/MPF

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