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Sobe para 21 o número de mortos após explosão de carro-bomba em Bogotá

Autor do ataque em escola da polícia está entre os mortos. Presidente Iván Duque classifica a ação como "ato terrorista".

Da Redação Repórter PB

18/01/2019 às 08:50

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Subiu para 21 o número de mortos no atentado com um carro-bomba em uma escola da polícia em Bogotá, capital da Colômbia, segundo a polícia. Entre os mortos está o autor do ataque, José Aldemar Rojas Rodríguez, que não tinha antecedentes criminais. Nenhum grupo assumiu a autoria da ação.

As autoridades ainda investigam o que teria motivado o atentado. Segundo o jornal “El Tiempo”, a procuradoria-geral da Colômbia não descarta que o Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa da Colômbia, tenha envolvimento com a ação que abalou o país.

Já a rede de notícias Caracol afirma, também citando a procuradoria, que Rojas era um especialista em explosivos da ELN e tinha o pseudônimo de "Mocho Kico".

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O jornal "El Tiempo" relata que Rojas, de 56 anos, chegou dirigindo um veículo utilitário até a Academia de Polícia General Santander por volta das 9h30 (12h30, horário de Brasília). Ele levava 80 kg de pentolite, que é um forte explosivo.

Na entrada, um cão farejador detectou o perigo e, quando os agentes tentaram impedir o carro, ele acelerou e atropelou um dos vigias.

Em seguida, avançou em alta velocidade por pouco mais de 200 metros e explodiu quando passou perto do alojamento das mulheres na escola. Pouco antes de o carro explodir, ocorria no local uma cerimônia de promoção de cadetes. Imagens postadas nas redes sociais mostram restos de um carro incendiado. Vidraças das casas próximas também ficaram danificadas.

A polícia afirmou que o saldo de 21 mortos ainda é preliminar. Os 68 feridos foram levados para diferentes hospitais com o apoio das equipes de socorro e emergência do Distrito de Bogotá. Dez dos feridos seguem internados.

Na Academia de Polícia General Santander acontecem cursos para cadetes da polícia colombiana e para policiais de outros países latino-americanos. Segundo "El Tiempo", uma policial do Equador morreu e outra ficou ferida.

"Ato terrorista"

O presidente Iván Duque, que visitou a escola militar, classificou o incidente como "ato terrorista" e pediu que os autores do ataque sejam levados à Justiça.

“Os colombianos nunca cederam ao terrorismo, nós sempre o derrotamos. Esta não será uma exceção”, declarou.

O Itamaraty condenou o ataque. "Ao reafirmar seu firme repúdio a todo ato de terrorismo, independentemente de sua motivação, o governo brasileiro presta suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas fatais, ao povo e ao governo da Colômbia, e faz votos de plena recuperação dos feridos", afirma nota do ministério.

O autor do atentado

José Aldemar Rojas Rodríguez nasceu em 13 de maio de 1962 em Puerto Boyacá. A região fica próxima à fronteira com a Venezuela, e, segundo o "El Tiempo", a presença do Exército de Libertação Nacional (ELN), composta por cerca de 2 mil combatentes, é muito forte por lá.

Ainda de acordo com o jornal colombiano, Rojas comprou o veículo em maio do ano passado e não tinha passagem pela polícia.

Ainda não está claro o motivo que levou Rojas a provocar a explosão. A investigação parte de três hipóteses para a coordenação do ataque:

  • Milícias do ELN, responsáveis por outros ataques em 2017;
  • O "clã Úsuga", uma milícia paramilitar ligada ao narcotráfico no país;
  • Dissidentes das Farc, antigo grupo paramilitar que se converteu em partido político.

Violência na Colômbia

Carros-bomba foram frequentes na Colômbia na época do cartel de drogas de Medellin, liderado pelo narcotraficante Pablo Escobar.

O país também conheceu vários episódios de violência em décadas de guerra civil entre o Estado e diversos grupos terroristas, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Em 2016, o governo fechou um acordo de paz com as Farc, que se tornaram um partido político, colocando fim a uma guerra que deixou 260 mil mortos e milhões de pessoas deslocadas.

O último grande atentado no país havia ocorrido em janeiro de 2018, quando a ELN detonou uma bomba na cidade de Barranquilla, no norte do país, matando cinco policiais e ferindo dezenas.

A guerrilha, que é considerada uma organização terrorista pelos Estados Unidos, tem participado de negociações com o governo desde fevereiro de 2017, com o objetivo de encerrar o conflito.

Duque, que tomou posse em agosto, colocou como condição para as negociações de paz com o ELN a interrupção das hostilidades e a libertação de todos os reféns.

Com G1

Fonte: Repórter PB

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