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Após tarifaço de 50% de Trump, Congresso já vê caminho para impeachment de Lula

Líderes do Centrão, embora cautelosos, admitiram nos bastidores que o governo “precisa apresentar uma resposta efetiva” para conter o desgaste

Da Redação Repórter PB

09/07/2025 às 20:47

Imagem Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva ‧ Foto: Joélson Alves/Agência Brasil

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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto gerou forte repercussão no cenário político e econômico brasileiro. A medida, anunciada oficialmente nesta quarta-feira (9), foi acompanhada por críticas diretas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o que ampliou tensões diplomáticas e provocou reações imediatas no Congresso Nacional.

Em carta enviada ao Palácio do Planalto, Trump mencionou “ataques à liberdade de expressão” no Brasil e citou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro como vítima de perseguição política, o que foi interpretado por parlamentares como um gesto simbólico de apoio à oposição brasileira.


Com a entrada em vigor das novas tarifas, setores estratégicos da economia brasileira devem ser diretamente afetados, incluindo:

- Agropecuária (carne, suco e soja), que responde por boa parte das exportações aos EUA;
- Siderurgia e metalurgia, que já operam com margens apertadas;
- Petróleo e derivados, em especial plataformas com contratos em dólar.

Analistas do setor avaliam que o impacto pode representar uma perda de até US$ 8 bilhões por ano nas exportações brasileiras para o mercado norte-americano. Além disso, há risco de efeito inflacionário sobre produtos internos e redução no ritmo de crescimento do PIB ainda em 2025.

Em Brasília, o anúncio de Trump foi recebido com preocupação e acelerou articulações dentro do Congresso. Parlamentares da oposição, principalmente do PL, Republicanos e Novo, passaram a defender a abertura de um processo de impeachment contra Lula, sob a justificativa de omissão na condução da política externa e prejuízo direto à economia nacional.

Líderes do Centrão, embora cautelosos, admitiram nos bastidores que o governo “precisa apresentar uma resposta efetiva” para conter o desgaste. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos, ainda não se pronunciou oficialmente, mas aliados afirmam que o tema já está em análise na Casa.

A postura do Itamaraty nos últimos meses, marcada por aproximação com países do Brics e críticas indiretas ao governo norte-americano, é apontada por analistas como um dos motivos do endurecimento de Trump. A ausência de uma estratégia clara de negociação com os EUA e a falta de reação preventiva ao anúncio das tarifas contribuíram para o agravamento da situação.

Especialistas em relações internacionais veem na medida um sinal político e econômico de retaliação, que pode ter desdobramentos mais amplos, especialmente se aliados tradicionais do Brasil seguirem o mesmo caminho.

O governo Lula tenta, agora, evitar o avanço da crise. Integrantes do Ministério das Relações Exteriores e da área econômica devem iniciar conversas emergenciais com representantes dos EUA para tentar reverter a decisão. Ao mesmo tempo, lideranças políticas cobram uma posição firme e estratégica do Planalto.

O cenário, no entanto, é delicado. Com forte impacto econômico, repercussão internacional negativa e instabilidade interna crescente, a nova crise representa um dos momentos mais críticos do atual governo — e reacende, com força, o debate sobre a viabilidade política de Lula diante de um Congresso cada vez mais hostil.

Fonte: hora Brasília

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