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PF aponta transporte de dinheiro vivo em viagens para paraísos fiscais em esquema de fraudes no INSS

Em cálculo preliminar, a PF estima que uma única bagagem de mão pode acomodar até R$ 5 milhões em notas de R$ 100

Da Redação Repórter PB

03/06/2025 às 08:57

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Fraude do Inss sendo investigada ‧ Foto: Divulgacão

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Segundo o Metrópoles, a Polícia Federal (PF) suspeita que dinheiro vivo foi transportado em voos domésticos e internacionais por envolvidos no esquema bilionário de fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado na Operação Sem Desconto. A investigação mapeou uma série de viagens feitas por Domingos Sávio de Castro, sócio do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, entre Brasília e Belo Horizonte, entre o fim de 2023 e o início de 2024. Segundo a PF, os deslocamentos coincidiram com grandes movimentações financeiras de entidades investigadas no caso.

As associações mineiras União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub) e Associação Brasileira dos Contribuintes do Regime Geral da Previdência Social (Abrasprev), ambas investigadas pela PF, registraram operações bancárias relevantes em datas que coincidem com os deslocamentos de Castro. “O padrão de viagens é consistente com operações de transporte de valores. A alta frequência, os intervalos curtos e o número elevado de passageiros sugerem logística para movimentação de dinheiro físico”, destaca trecho do inquérito.

As evidências apontam para um modelo operacional organizado: grupos de até 15 pessoas, todas de empresas de call center ligadas ao Careca do INSS, viajavam mensalmente para a capital mineira. Uma ex-funcionária das empresas Callvox e Trustrust relatou ao Metrópoles que os funcionários recebiam, como benefício, viagens com direito a jantares em restaurantes de luxo, perfumes importados e passeios turísticos — sob um manto de normalidade que, para os investigadores, camuflava uma engrenagem de lavagem e transporte de recursos ilícitos.

Em cálculo preliminar, a PF estima que uma única bagagem de mão pode acomodar até R$ 5 milhões em notas de R$ 100, o que amplia as suspeitas de que os passageiros funcionavam como “mulas” do dinheiro da fraude. Castro, além disso, realizou duas viagens internacionais durante o mesmo período: uma para a Argentina e outra para Miami, com escala no Panamá — país com histórico de facilitação para movimentações financeiras clandestinas. As viagens duraram menos de 24 horas e foram feitas com Adelino Rodrigues Júnior, gerente do call center, também investigado.

A polícia suspeita que os destinos no exterior podem estar ligados a contas em paraísos fiscais utilizadas para esconder o rastro do dinheiro. Os investigadores identificaram que, da conta pessoal de Domingos Castro, saíram R$ 1,5 milhão diretamente para Rodrigues Júnior, que, por sua vez, fez transferências para a esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho — afastado do cargo sob suspeita de corrupção e recebimento de propina das entidades associativas envolvidas.

No total, mais de R$ 10,5 milhões circularam entre empresas e pessoas físicas ligadas a Castro, segundo relatório da PF. A apuração foca agora os vínculos financeiros e políticos de cada peça envolvida na engrenagem que lesou milhões de beneficiários do INSS. O escândalo atinge também o alto escalão do ministério da Previdência.

Fonte: Hora Brasilia

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