Sousa/PB - 
30/12/2025 às 09:13
Ela já é uma centenária, nasceu na noite de 31 de dezembro de 1925 e pouca gente participou desse nascimento. Seriam 60 pessoas, mas somente 48 foram mesmo. E a maternidade, se é que pode-se dizer assim, foi a Avenida Paulista, em São Paulo.
A essa altura você já sabe de quem estamos falando, né? Dela mesma, da corrida de São Silvestre.
De lá para cá, muita coisa mudou. Ela começou com um percurso menor, entre 6 e 8 km e só para os homens nascidos aqui no Brasil. Algum tempo depois, os estrangeiros puderam participar. E as mulheres? Só em 1975. ]
Nesses 100 anos, ela só parou uma vez, em 2020, por causa da pandemia. A verdade é que a ação silvestre sabe o peso que tem, a tradição que representa, tanto é que faz parte do calendário turístico da cidade e das corridas internacionais. E quem participa tem certeza disso.
A Nicole David, por exemplo, correu no ano passado e conta a emoção que sentiu ao estar lá, vendo de perto aquilo que desde criança via pela televisão.
“Uma largada é inexplicável, aquele mar de gente, naquele ponto que é tão turístico de São Paulo, foi lindo. E ver as pessoas, a alegria das pessoas, muita gente caracterizada, muitos corredores amadores mesmo que foram para curtir, porque estavam ali pelo fim do ano e foram para a corrida, é sensacional.”
Já Maria Cláudia Lisboa disse que o mais legal é a cidade toda no clima da corrida e a oportunidade de passar bem pertinho dos pontos turísticos famosos.
“Teve ponto turístico que eu nunca tinha visto, né? Que eu fui poucas vezes a São Paulo. Assim, prédio lá que eu queria parar de correr para poder ver um pouco, tirar uma foto. Eu acho que eu tirei até algumas fotos lá na frente de alguns, porque você corre ali no centro e você passa pela história de São Paulo, né?
Mas quem pensa que é só chegar lá com um tênis no pé e um sonho na cabeça, não é nada disso não, viu? Mesmo com a multidão de corredores, essa centésima edição conta com 55 mil participantes, e é preciso algum treinamento, pelo menos para aqueles que querem fazer bonito na terra da garoa.
No início, a corrida é mais fácil: por conta do tanto de gente, vira uma caminhada, correr mesmo é complicado, a não ser que você faça parte do pelotão de elite, brinca o treinador Bruno Ryker. A ideia mesmo é se divertir.
E literalmente se divertir, o iniciante. E pro mais experiente é: esqueça tempo, nem leve relógio para não, não, não se frustrar e, literalmente, se for o caso, vai correr até fantasiado, exatamente para tirar o peso da prova propriamente dito.
Só lembre-se que no final tem a famosa subida da Brigadeiro Luiz Antônio. Bruno Ryker explica que, de doce, ela só tem o nome. O problema não é nem que a subida da Brigadeiro é íngreme, mas que ela é longa, cerca de 2 km logo antes da chegada. E a corredora Nicole David já dá o incentivo para quem está preocupado.
"E uma coisa muito legal que tinha especificamente nessa corrida, tinha um ponto de chope antes da Brigadeiro. Então, deu um carregamento de carboidrato que deixou a subida da Brigadeiro mais leve.”
O percurso todo tem 15 km de extensão, ou seja, não, apesar do senso comum, a ação silvestre não é uma maratona, já que uma maratona tem 42 km e 195 m. O Erick Castelhano, diretor da prova, leva as comparações na brincadeira.
“Muita gente fala: ‘vamos na Maratona da São Silvestre...São Silvestre é a melhor maratona do mundo' A gente ouve isso, né? Não tem problema. É uma questão de semântica aí, para quem não conhece as regras do do atletismo.
Se tudo isso serve de incentivo para você, as inscrições para São Silvestre normalmente abrem no segundo semestre, mas fique esperto porque este ano elas acabaram em apenas quatro horas.
*Com sonorização de Jaílton Sodré e produção de Beatriz Evaristo.
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