Em meio ao vazio e a saudade, Viva Maria se despede de Celso Rabelo

Meus mais sinceros sentimentos a todas as pessoas que, como eu, hoje   se unem ao adeus ao amigo radialista Celso Rabelo. Como tantas Marias exemplo de força, raça e fé.

Celso nos deixou ontem,  vítima de complicações da diabetes.

Lutou como um guerreiro  até o último instante pela vida, com a mesma entrega com que sempre brigou pela valorização da nossa profissão.

Na sonoplastia, era artesão de mundos: moldava atmosferas, traduzia sentimentos, e nos levava a navegar da cabeceira à foz dos rios da Amazonia onde só o som é capaz de chegar .

Mais  que um amigo , perdi um irmão, a pessoa que testemunhou em áudio e vídeo as muitas viagens que fizemos  Brasil afora.

Agora , confesso- me sem chão diante do vazio que fica sobre a Terra com a sua ausência.

Um vazio que ecoa no silêncio das ondas do rádio, no intervalo entre um som e outro, nesse espaço onde a saudade respira.

E é curioso, e profundamente simbólico perceber como esse mesmo vazio encontra eco no tema desta edição do Viva Maria .

Rumo à COP-30, em Belém, destacamos a ocupação cultural “VAZIOsobreTERRA: Cocriar Rota de Fuga”, que acontece entre os dias 10 e 17 de novembro, no Museu de Arte de Belém (Palácio Antônio Lemos), no Pavilhão de Cultura e Entretenimento da COP-30, e também na Casa Janeraka, em vivências criativas.

Com curadoria de Isadora Canela, a ocupação nos convida a perceber o vazio não como ausência, mas como possibilidade, espaço fértil onde o humano e o planeta se reencontram, onde o silêncio gera novas formas de vida, de arte e de esperança.

E é sobre isso que  eu conversei com ela na entrevista que você ouve agora.