
28/10/2025 às 07:15
O VideBula chega ao trigésimo episódio com um tema que vem ganhando destaque nas conversas sobre saúde e qualidade de vida: as diferenças entre linfedema e lipedema. Apesar dos nomes parecidos e dos sintomas que podem confundir, essas duas condições têm causas e tratamentos bem distintos — e conhecer suas particularidades é fundamental para garantir o diagnóstico correto.

Neste episódio, as apresentadoras Patrícia Serrão e Raíssa Saraiva conversam com a médica angiologista e cirurgiã vascular Adriana Vasconcelos, que explica o que caracteriza o lipedema, por que ele afeta principalmente mulheres e quais os caminhos para o tratamento e o controle da doença.
O podcast também traz o relato de Fernanda Nunes, vice-presidente da Associação Brasileira de Pessoas com Linfedema e Familiares (Abralinfe), que fala sobre os desafios diários de quem convive com o linfedema — uma condição crônica, muitas vezes confundida com o lipedema, mas que exige um cuidado completamente diferente.
Com informações médicas, experiências reais e orientações práticas, o episódio ajuda a diferenciar os dois diagnósticos e reforça a importância de buscar avaliação médica diante de sintomas como inchaço persistente, dor ou sensação de peso nos membros.
Quer saber mais, tirar dúvidas ou sugerir temas para os próximos episódios? Entre em contato pelo email [email protected] ou deixe seu comentário no canal do VideBula no Spotify.
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VideBula - Episódio 30: Linfedema x Lipedema
🎵 Vinheta do VideBula🎵
Raíssa: Olá, eu sou Raíssa Saraiva.
Pati: E eu sou a Patrícia Serrão.
Raíssa: Começa agora mais um VideBula, sua prescrição de conhecimento sobre saúde, bem-estar e informações sobre direitos das pessoas com deficiência, doenças raras e neurodivergências.
Pati: Hoje vamos falar de duas condições de nome bem parecido, mas que têm causas completamente diferentes e também podem aparecer de formas distintas: o linfedema e o lipedema.
Raíssa: A gente tem ouvido falar muito sobre o lipedema nos últimos tempos, principalmente notícias de mulheres que melhoraram a autoestima e a saúde depois de longos tratamentos que não davam certo, porque não tratavam de fato a condição.
Pati: Para entender as duas doenças, conversamos com a médica angiologista e cirurgiã vascular Adriana Vasconcelos, que explicou o que caracteriza cada uma das condições.
Raíssa: E para entender um pouco da realidade das pessoas com linfedema, que é menos conhecida, falamos também com a vice-presidente da Associação Brasileira de Pessoas com Linfedema e Familiares (Abralinfe), Fernanda Nunes.
🎵 Vinheta de Transição🎵
Pati: Adriana, explica pra gente o que é lipedema?
Adriana Vasconcelos: O lipedema é um acúmulo de gordura desproporcional no corpo, ele não tem a ver, ele não é exatamente um inchaço, né? Ele até vem acompanhado de um inchaço porque aquela gordura atrai água para ela, né? Mas não é exatamente um inchaço, é um acúmulo desproporcional de gordura.
Raíssa: E o que causa essa doença?
Adriana: O lipedema é uma condição que atinge muito mais mulheres, mais de 99% é de mulheres, porque tem um envolvimento hormonal e por isso ele vai aparecer mais nos momentos em que você tem uma variação hormonal grande. Então, na puberdade, quando há início de uso de contraceptivos, na gravidez e depois na menopausa. É uma questão que, na verdade, está muito associada com a autoestima da mulher, como que ela vê o corpo dela. Então, também é importante porque ele é desencadeado por vários fatores que tem a ver com alimentação, com hábitos diários de atividade física. Então, também é importante para a gente ter um controle disso.
Pati: Por ser uma doença crônica, o lipedema exige um tratamento contínuo, né? Como é feito esse tratamento?
Adriana: É muito importante uma modificação de estilo de vida mesmo, porque o lipedema, como ele é uma gordura desproporcional e principalmente uma gordura inflamada, ele vai depender muito de hábitos alimentares, de atividade física. Você até pode fazer uso também de meia de compressão elástica, mas ele envolve toda uma mudança de estilo de vida mesmo, né? Então, você ter uma dieta mais regrada, sem uso de ultraprocessados, você ter uma hidratação adequada durante todo o dia, praticar atividade física com regularidade. E em último caso, quando você não tem uma melhora, principalmente estética, muito grande, e isso afeta muito a autoestima da pessoa, você até pode optar por um procedimento cirúrgico, mas esse é o último passo, porque enquanto não tiver otimizado toda essa parte de mudança de estilo de vida mesmo, não adianta você fazer a cirurgia.
🎵 Vinheta de Transição🎵
Raíssa: Agora, quando a gente fala em inchaço nos membros, muita gente confunde o lipedema com o linfedema, mas são condições bem diferentes.
Pati: A Fernanda Nunes, que tem linfedema e representa a Abralinfe, conta pra gente como é viver com essa condição crônica e progressiva.
Fernanda: O linfedema é um acúmulo de líquido no interstício da pele, e gera um inchaço, né? Esse inchaço, ele permanece ali e causa uma série de dificuldades para a pessoa, né? Uma delas é a possibilidade de infecção. A linfa, ela teria que correr todo o corpo e sair pelos linfonodos e ela fica lá depositada naquele lugarzinho, né? Geralmente pé, mão, braço, mas também pode acometer o corpo todo. Então, começa a atrapalhar a pessoa, não só nas nas atividades assim, de calçar um sapato, de ter uma roupa, mas de caminhar, de abaixar, de subir, descer escada. O tratamento, ele consiste em drenagem linfática manual, não estética, porque é totalmente diferente, enfaixamento compressivo, exercícios miolinfocinéticos, e sempre com compressão, né? Alimentação, tem que fazer uma dieta anti-inflamatória e muitos cuidados com a pele.
Raíssa: A origem do linfedema é genética?
Fernanda: O linfedema pode ser de origem primária ou secundária. Secundária é quando tem alguma intercorrência, um trauma, um câncer, uma cirurgia e aí gera aquele inchaço. Agora, quando você nasce com o inchaço, ele aparece um pouco depois ou até uns anos depois, sem nenhuma causa aparente, ele é de origem primária. Então, você nasceu com aquela má formação, só você, mais ninguém na sua família ou, como no meu caso, eu descobri que não só minha filha tinha como mais pessoas na família, e é genético.
Pati: E o diagnóstico, Fernanda, costuma ser fácil?
Fernanda: Então, o diagnóstico é muito complicado. Não era para ser, por quê? Ele é possível de ser feito clinicamente. Quando você chega no médico, ele vê aqueles membros inchados, ele faz algumas avaliações clínicas, ele aperta assim a pele, né, para ver se vai ficar a marca do dedo e se essa marca demorar a sair, quer dizer que tem um acúmulo de líquido ali. Então teoricamente seria um diagnóstico clínico, mas alguns médicos preferem pedir linfocintilografia, que é um exame que vai mostrar, vai mapear e ver por onde que tem aquela dificuldade da linfa passar.
🎵 Vinheta de Transição🎵
Raíssa: Adriana, e como diferenciar o lipedema do linfedema?
Adriana: Então, o linfedema, como ele é uma reação de uma inflamação ou uma infecção, ele vai ser geralmente de um lado só, tá? Então, ele vai acometer uma perna ou ele pode acometer um braço. Ele é comum, por exemplo, em mulheres que têm cirurgia por câncer de mama, que tem acometimento linfático, então, ela tem o linfedema daquele lado, naquele braço. Então, quando já começa a observar que tem esse inchaço de um único lado, é importante já procurar o médico para ver o que está acontecendo. Até porque existem outras condições, inclusive uma trombose venosa que também pode dar um inchaço unilateral. Um bebê que teve uma picada de mosquito que coçou, não foi bem tratada, faz uma infecção naquele local, pode vir acompanhada de um linfedema. E é importante a gente fazer essa diferenciação entre um e outro. Já o lipedema, ele é uma condição que ele é simétrica, ou seja, ele acomete os dois membros do mesmo jeito. Então, sempre serão acometidos os dois membros e de forma igual.
Pati: Você falou de picada de inseto e eu lembrei que um dos meus filhos teve uma picada e acabou desenvolvendo uma celulite enorme, ficou grande e até dura. Esse tipo de celulite tem relação com o linfedema?
Adriana: Então, essa celulite é exatamente uma das infecções que depois ela pode ser acompanhada do linfedema de uma forma crônica. É uma coisa que fica após a celulite, é exatamente o linfedema. Porque quando você tem a celulite, que é uma infecção de subcutâneo, você tem destruição de linfáticos. Quanto mais linfáticos destruídos, maior o inchaço, o edema que vai ficar. E aí você pode ter esse linfedema depois crônico. Nem sempre isso consegue ser resolvido, dependendo da extensão dessa infecção, entendeu? Então, no caso da celulite, ela é uma infecção. Você de qualquer forma tem que procurar mesmo o médico para tratar, porque vai ser necessário fazer o uso de antibiótico para isso.
Pati: Foi o que nós fizemos, corremos pro médico, tratamos e agora ele tá super bem! É o que a gente sempre fala: desconfiou de algo, percebeu algo diferente, procure um médico! Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor é o controle de qualquer doença.
Raíssa: Dentro desse nosso assunto de hoje, se você tem inchaço persistente, dor ou sensação de peso nas pernas, procure um especialista o quanto antes e inicie o tratamento.
Pati: É isso, Raíssa. O lipedema tá sendo muito discutido atualmente na internet, vale a gente conhecer e pesquisar, mas quem faz diagnóstico é sempre o médico. Nada de se consultar com inteligência artificial por aí!
🎵 Vinheta de Transição🎵
Raíssa: Esse foi mais um VideBula, produto original da Radioagência Nacional, um serviço público de mídia da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação.
Pati: O podcast é idealizado e apresentado por mim, Patrícia Serrão, por Raíssa Saraiva.
Raíssa: Edição de Bia Arcoverde. Na operação de áudio em Brasília, ???.
Pati: No Rio, operação de Marcos Inácio e Toni Godoy, que também cuida da sonoplastia.
Raíssa: Estamos planejando os próximos episódios do VideBula e queremos saber: o que vocês querem ouvir por aqui? Escrevam pra [email protected] e mandem suas sugestões de temas.
Pati: Você pode ouvir episódios anteriores e outros podcasts e séries da Radioagência Nacional no nosso site, nos tocadores de áudio e com interpretação em Libras no YouTube.
Raíssa: E se você curtiu o episódio de hoje, espalhe a informação por aí! Siga, curta e divulgue para que a gente chegue ainda mais longe.
Pati: Para mais informações, VideBula! Até o próximo episódio!
🎵 Vinheta de Encerramento 🎵
| Roteiro, entrevistas e apresentação | Patrícia Serrão e Raissa Saraiva |
| Coordenação de processos e supervisão | Beatriz Arcoverde |
| Identidade visual e design: | Caroline Ramos |
| Interpretação em Libras: | Equipe EBC |
| Implementação na Web: | Beatriz Arcoverde e Lincoln Araújo |
| Sonoplastia | Toni Godoy |
| Operação de Áudio | Jaime Batista (Brasília) |
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