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“Barco Voador” pode revolucionar transporte na Amazônia

Rádio Agência

16/10/2025 às 22:03

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Faltando pouco para a COP30, a Conferência Mundial do Clima, que será realizada em Belém, no Pará, o Amazonas mostra que a floresta não é apenas guardiã do clima, mas também berço de soluções inovadoras. O Volitan, conhecido como “barco voador”, é um projeto 100% nacional, desenvolvido pela startup amazonense AeroRiver. A embarcação promete reduzir emissões de carbono e revolucionar o transporte fluvial na região. O projeto, que é 100% nacional, nasceu com o objetivo de encurtar distâncias na Amazônia, onde os rios são verdadeiras estradas e a logística ainda enfrenta muitos desafios. 

Segundo o cofundador e diretor de negócios da startup, Tulio Duarte, o novo modal tem custos menores e maior eficiência:

“A AeroRiver é uma startup amazônica que vem desenvolvendo há quatro anos uma nova tecnologia de transporte, que é popularmente conhecido como ‘barco voador’. Na prática, ele é um veículo de efeito solo, que é um tipo de embarcação que voa muito próximo da lâmina d'água, navegando sem contato com a água, sem tocar na superfície. Isso permite que o veículo atinja altas velocidades, de até 150 km/h, com baixo consumo de energia e alta eficiência, sendo ideal para superar os desafios logísticos e de deslocamento na Amazônia.”

Tulio Duarte conta ainda que o Volitan utiliza o efeito solo, um princípio aerodinâmico que permite voar a poucos metros da água, reduzindo o consumo de combustível e o impacto ambiental.

“Ao longo dessa jornada, nós já desenvolvemos um protótipo em subescala, que depois virou um drone de efeito solo totalmente funcional. E, agora, estamos concluindo a fabricação do primeiro veículo tripulado, capaz de transportar de duas a quatro pessoas. Esse novo veículo que está sendo desenvolvido é um protótipo com o principal propósito de testar tecnologias avançadas de navegação, de sensoriamento e de apoio à pilotagem, que está sendo desenvolvido em parceria com a Suframa, com o Programa Prioritário de Indústria 4.0, coordenado pelo CITS Amazonas, e também com o apoio da Finep.

Com 18 metros de comprimento e autonomia de até 500 km, o Volitan pode transportar dez passageiros ou uma tonelada de carga. A velocidade, de até 150 km/h, reduz o tempo de viagem entre Manaus e Parintins de dez para apenas três horas. Os primeiros testes em água devem acontecer no primeiro trimestre de 2026. 

De acordo com Tulio Duarte, os modelos em escalada já validam os sistemas embarcados e comprovam o desempenho ambiental do projeto:

“A previsão é que os testes em água comecem já no primeiro trimestre de 2026, aqui mesmo na Amazônia. Nessa fase, vamos realizar ensaios de flutuabilidade, navegação e voo, também testando o nosso sistema de assistência à pilotagem, que é uma forma, uma tecnologia desenvolvida pela AeroRiver para tornar a operação mais simples e ainda mais segura.

O “barco voador” representa o espírito da Amazônia tecnológica que a COP30 deve destacar: soluções originadas na floresta, capazes de inspirar o mundo na busca por um futuro com menos emissões de carbono. 

A startup já foi premiada em programas como o Inova Amazônia e é reconhecida pela Finep como uma das iniciativas mais promissoras do Norte. 

Depois da fase de testes e certificações, a pré-comercialização do Volitan está prevista para 2026. A proposta é atender rotas de turismo sustentável, transporte de insumos, passageiros e serviços de saúde em comunidades isoladas. 

Enquanto líderes mundiais discutem o futuro do planeta na COP30, o Amazonas mostra na prática que é possível aliar desenvolvimento, tecnologia e preservação. O “barco voador” é a prova de que a floresta pode, sim, inovar e voar alto.

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