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Nova recomendação aumenta público-alvo do exame de mamografia

Rádio Agência

15/10/2025 às 09:25

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A campanha Outubro Rosa de conscientização sobre o câncer de mama ganhou fôlego neste ano com a recomendação do Ministério da Saúde para as mulheres a partir dos 40 anos de idade fazerem o exame de mamografia anualmente. Na faixa dos 40 aos 49 anos, o principal exame que detecta o câncer de mama não é obrigatório e deve ser feito sob vontade da paciente e indicação médica. O exame era recomendado a mulheres de 50 a 69 anos de idade e a cada dois anos. Agora é anual e até os 79 anos.

Especialistas e organizações não governamentais que atendem pacientes com câncer de mama se mostraram satisfeitos com a medida. Estudos mostram que essa faixa etária concentra 23% dos casos da doença e a detecção precoce aumenta as chances de cura, diminuindo a necessidade de tratamentos agressivos, como a quimioterapia.

O câncer de mama é o que mais atinge as mulheres no Brasil e a estimativa do Instituto Nacional do Câncer é que sejam registrados mais de 73 mil casos por ano. O mastologista André Mattar enfatiza, no entanto, que 90% dos casos da doença têm cura, desde que sejam detectados precocemente e a paciente se submeta a todo o tratamento. E acrescentou que a campanha Outubro Rosa vai nesse sentido, alertando sobre a importância de exames para a detecção do câncer de mama. Segundo ele, nos meses de outubro há um aumento de 30 a 40% de mamografias realizadas.

"Uma outra coisa que o Outubro Rosa faz é desmistificar um pouco o câncer de mama. Mostrar que se a gente se encontra mais cedo, as chances de cura superam aí 90%. E além disso, promover uma informação assim, mais acessível, né? Principalmente para as populações vulneráveis que tem menor acesso ao sistema de saúde. Então, a gente sabe que no Brasil a gente tem mais ou menos 75% da população que depende do SUS, e mais ou menos 25% que tem os planos de saúde", diz.

Ainda segundo o especialista, o Outubro Rosa é fundamental porque resgata aquelas mulheres que não fazem exames e destaca que seria importante ter um chamamento permanente para não sobrecarregar as unidades públicas de saúde.

A médica radiologista Vivian Milani defende que, além de um rastreamento permanente, as mulheres deveriam receber orientações sobre como é feita a mamografia para que não desistam do exame. Ela explicou que a compressão nas mamas é necessária para detectar nódulos ou cistos e deu uma dica:

"Seria interessante realizar a mamografia para as mulheres que menstruam logo depois da menstruação, porque nessa fase as mamas são menos túrgidas e menos dolorosas, fazendo com que a experiência dela durante o exame seja melhor. Porque antes da menstruação, as mamas são muito túrgidas, doloridas, e o exame pode ser uma experiência ruim mesmo, porque a mama já está dolorida, a mama já está túrgida, inchada, você fazer uma compressão sobre essa mama dolorida é ruim, mas para as mulheres que não menstruam, podem escolher qualquer data e realizar o exame porque não vai impactar", explica.

Diagnosticada com câncer de mama em 2001 e depois de perder a mãe para a mesma doença, Beatriz Sakano, do bairro de São Mateus, em São Paulo, decidiu criar a Associação Rosa Mulher para dar assistência psicológica e orientação social a mulheres com câncer de mama na região. O projeto cresceu e hoje, além do atendimento presencial, há mais de 400 pacientes cadastradas em todo o país, querendo ouvir uma palavra de conforto, precisando de uma peruca ou uma prótese mamária externa para usar dentro do sutiã.

"A gente faz muitas palestras sobre a importância da detecção precoce. A gente fala sobre o câncer de mama, mas a gente cita, a gente bate muito nessa tecla, da importância de conhecer o seu corpo, da importância de se fazer exame de rotina, da importância de se estar sempre se cuidando e sempre procurando ajuda médica com qualquer alteração que perceba. Então, durante o mês de outubro, a gente faz campanhas e campanhas, a gente faz uma média de 60, 70 palestras por ano só durante o mês de outubro", conta.

Gisele da Silva Miguel, de 44 anos, também não se entregou à doença e disse que o câncer de mama ressignificou sua vida. "É algo desafiador, é algo que dá medo, é lógico que passa na nossa cabeça que a gente vai morrer, mas assim, se cuida, se preserve, se priorize, mas vai buscar o tratamento", aponta.

Durante o Outubro Rosa, o Ministério da Saúde vai levar 27 carretas de Saúde da Mulher a 22 estados. Com investimento de R$ 18 milhões, a expectativa é alcançar até 120 mil procedimentos. No ano passado, o SUS realizou 4,3 milhões de mamografias e outros 376.700 exames de diagnósticos em todo o país.

*Com produção de Daiana Vitor

5:22

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