09/10/2025 às 13:00
A Radioagência Nacional acompanha as transformações da comunicação. A produção de podcasts jornalísticos, que começou a partir de 2023, abriu novos caminhos para aprofundar temas da nossa história e ampliar vozes.
Tudo começou com o podcast Histórias Raras, idealizado pela Patrícia Serrão e roteirizado por Leyberson Pedrosa:
Com a mudança de gestão, foi uma oportunidade, um momento feliz onde se apostou na possibilidade de inovação e aí a gente conseguiu fazer esse projeto, que virou Histórias Raras em parceria com a Pati, no sentido de fazer um produto que fosse diferente, que fosse inovador e que contasse alguma questão de relevância para a sociedade, como também abrir o espaço da acessibilidade, da transcrição, dos vídeos em libras.
Era um momento de mudanças e criatividade, sob a gestão de Kariane Costa na presidência da EBC, o projeto contou com o apoio de todo o setor, sob a gerência executiva de Juliana Cézar Nunes que também apostou no formato:
É um conteúdo de credibilidade, tudo apurado, checado, cuidado, produzido com sonoplastia, com novas linguagens. Também experimento, isso é muito bacana, a diversidade de temas, e vejo uma equipe que traz também, na produção do seu material, vivências próprias, experiências pessoais, isso é muito importante. É na produção jornalística que é importante para criar esse laço de confiança, de identidade com o seu ouvinte, que é que as pessoas possam se ver o conteúdo que está sendo produzido.
De lá para cá, a Radioagência já publicou 12 podcasts temáticos e dois semanais, com mais de 80 episódios.
As produções exploram temas invisibilizados pela mídia comercial: das doenças raras ao impacto das enchentes no Rio Grande do Sul sobre pessoas gordas; da história da imprensa negra no Brasil às vozes de cientistas negras; da memória do golpe de 1964 aos desafios da Amazônia rumo à COP 30.
Também nasceram projetos inovadores como o Ajudante Digital que traz informações sobre tecnologia, o VideBula, que explica temas de saúde de forma acessível, e ainda o Crianças Sabidas, que leva jornalismo de forma lúdica para o público infantil. A pesquisadora de comunicação pública, participante eleita do Comitê de Participação Social, Akemi Nitahara destaca a importância do formato:
O podcast é um formato que nasceu há 20 anos e ele teve um impulsionamento muito forte pela mídia pública, tanto nos Estados Unidos como na Inglaterra, no Canadá, na Austrália também. Aqui no Brasil a gente da EBC demorou um pouquinho para entrar, mas estamos fazendo com muita qualidade e com esse diferencial de tratar de temas muito relevantes e que não são tão abordados por outras produções. Com isso, a comunicação pública cumpre o papel de abordar temas diferenciados para públicos que não são contemplados e também a inovação de linguagem, de novos formatos, que também é um dos princípios da comunicação pública.
Os episódios são publicados no Youtube da Rádio Nacional com tradução para Libras, ampliando a acessibilidade.
Apesar das conquistas, os desafios permanecem e ainda assim, a equipe segue apostando na criatividade para garantir conteúdos de qualidade. Como nos conta a jornalista Sumaia Villela:
Foi a equipe que trouxe a vontade de fazer os podcasts, de inaugurar esse formato, a criação dos fluxos institucionais necessários, o conhecimento necessário para explorar esse formato. Veio tudo da equipe, por meio dos seus relacionamentos interpessoais, das suas experiências dentro e fora da EBC, da dedicação do empenho de cada um da equipe. E a gente conseguiu criar grandes podcasts e um fluxo de novas produções que é bem amplo, que é versátil. Eu acho que a gente tem muito o que fazer nesse campo ainda, muito o que aperfeiçoar. E acho que a EBC tem o dever de fazer a correta divulgação desse conteúdo para que ele chegue efetivamente no público, que não são os mesmos, os tradicionais da Radioagência Nacional.
Nestes 21 anos, a Radioagência Nacional reafirma seu papel como referência em áudio jornalismo público. E com os podcasts, mostra que as boas narrativas continuam sendo ferramentas importantes para informar, emocionar e contribuir para nossa consciência crítica.
Para ler no celular, basta apontar a câmera