16/08/2025 às 15:46
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) anunciou a abertura de um novo escritório em Washington, capital dos Estados Unidos.
O objetivo é ampliar o diálogo com empresários dos Estados Unidos que dependem de produtos brasileiros para tentar ampliar a lista de mais de 700 produtos que ficaram isentos do tarifaço de Trump.
A informação foi dada pelo presidente da Apex, Jorge Viana, em entrevista exclusiva à TV Brasil da EBC:
“Esticando nosso escritório de Miami para Washington, para gente apoiar os setores empresariais atingidos, numa parceria com a Amcham, a Câmara Americana de Comércio Americana, e com os setores que importam produtos, que podem fazer força junto à Casa Branca, a Washington para a gente excluir mais produtos. Nós temos que tentar trazer para o nosso lado os importadores que ganham muito dinheiro com os produtos brasileiros. Isso vale para o café. Isso vale pros aviões que eles usam que vão pra lá da Embraer, isso vale para produtos - como a carne - que está encarecendo nos Estados Unidos porque o rebanho deles caiu muito.”
A ApexBrasil já tem escritórios em Miami, Nova York e São Francisco. Segundo Viana, um dos focos são os micro e pequenos exportadores afetados pelo tarifaço, que representam a maioria das 2.600 empresas com as quais a agência trabalha.
“54% das empresas que a Apex trabalha são micro e pequenas empresas. Veja: o pequeno produtor de mel, nós já estivemos reunidos com ele, nós exportamos US$ 78 milhões de mel para os Estados Unidos em tonéis de 250 quilos. Eles transformam em sachê, ganham uma fortuna com esse mel nosso. Então lá nos vamos também atrás do interesse deles, porque nós também temos onde por esse mel.”
A abertura de novos mercados também faz parte da estratégia da agência. Viana disse que já foram mapeados potenciais compradores de produtos brasileiros em 72 países.
“Nós já estudamos mais de 90 mercados, aliás, são 108 setores que podem ter novos mercados em 72 países. Tem mercados para gente por do café ao calçado. E vamos fazer uma ação durante um ano, estamos investindo R$ 240 milhões para que a gente tenha eventos para trazer compradores, o projeto Exporta Mais Brasil, e também levar as nossas empresas para diferentes países que podem ter abertura de mercado.”
Para Viana, se a guerra comercial travada pelos Estados Unidos contra o Brasil tivesse origem em questões comerciais, o problema já teria sido resolvido, mas que as exigências feitas pelo governo Trump são inconcebíveis:
“Não tem como ter ação política nesse caso, quando as condições que estão sendo colocadas pelo presidente dos Estados Unidos ferem a soberania do Brasil. Está querendo fazer uma interferência em um poder, no caso, o Judiciário brasileiro. Isso é inconcebível.”
De janeiro a março deste ano, o Brasil exportou US$ 77,3 bilhões em bens, segundo dados da ApexBrasil. Os principais produtos exportados foram:
Nesse primeiro trimestre, a China foi o principal destino das exportações brasileiras, seguida da União Europeia e depois Estados Unidos.
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