Brasil reciclou 97% das latas de alumínio em 2024

Em 2024, a indústria do alumínio reciclou 97,3% das latas de alumínio para bebidas que entraram em circulação no mercado. Ou seja, das cerca de 34 bilhões de latinhas comercializadas no país, mais de 33,5 bilhões foram coletadas e reaproveitadas.

O número confirma o Brasil entre os líderes do ranking mundial, posição ocupada há mais de uma década.

O balanço é da Recicla Latas, associação sem fins lucrativos criada e mantida pelos fabricantes e recicladores de latas de alumínio, que busca aperfeiçoar a indústria de reciclagem, atuando em parceria com a Associação Brasileira do Alumínio e a Abralatas (Abal), e a Associação Brasileira da Lata de Alumínio.

De acordo com o secretário-executivo da Recicla Latas, Renato Paquet, o sistema de logística reversa brasileiro se destaca por sua consistência.

“O fato de o Brasil ter alcançado 16 anos segundos com taxa de aproveitamento acima de 96% mostra que a logística reversa está funcionando, funciona muito bem nesse setor, e é exemplo para o Brasil e para o mundo”.

Paquet destaca os benefícios para a sociedade: “cada tonelada de alumínio reciclado, economizamos 95% da energia elétrica em relação à produção do alumínio primário. Também temos redução das emissões de carbono e geração de empregos na cadeia de reciclagem”.

O Movimento Nacional dos Catadores estima que o país tenha cerca de 800 mil catadores de materiais recicláveis. No entanto, de acordo com o presidente da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), Roberto Rocha, apesar de o esforço concentrado desses trabalhadores contribuir para o sucesso brasileiro, ainda faltam incentivos. A proposta da associação é que as prefeituras custeiem a atividade, com a participação da iniciativa privada.

“O que falta é a que a logística reversa possa chegar aos catadores principalmente os autônomos. E para melhorar e dignificar a qualidade e o serviço dos catadores de material reciclável na questão das latinhas, é que possamos ter um grande programa de pagamento pelo serviço prestado pela coleta”.

Em 2020, foi firmado um termo de compromisso entre a Abralatas, a Abal e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Além de iniciativas para manter o patamar elevado de reciclagem, o documento determina investimento dos produtores para melhorar a renda e condição de vida dos catadores.