Unesco alerta para necessidade de capacitação de professores em IA

Os professores precisam ser capacitados para entender melhor os impactos da inteligência artificial na educação básica. O alerta foi feito nesta quinta-feira (17) pela Unesco – braço da ONU para educação, ciência e cultura –, durante seminário sobre inteligência artificial (IA) nas escolas.

A coordenadora do setor de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, disse que o uso da IA nas salas de aula está levantando questões fundamentais sobre a autonomia dos professores e da capacidade de se definir critérios para o uso dessa tecnologia:

“Reconhecemos que, apesar de a IA oferecer oportunidades para apoiar os professores, tanto no ensino quanto na gestão dos processos de aprendizagem, as interações significativas entre professores e estudantes e a prosperidade humana devem permanecer no centro da experiência educacional. Em outras palavras, se não for para melhorar e qualificar a vida do ser humano, não importa.”

A coordenadora destacou ainda o lançamento das versões em português dos Marcos Referenciais da Inteligência Artificial da Unesco para Professores e para Estudantes:

“A Unesco defende a visão de que os estudantes devem ser formados para serem cocriadores de IA e cidadãos responsáveis aptos a realizar uma avaliação crítica das soluções de IA. A escola deve ser o lugar promotor da conscientização das responsabilidades da cidadania na era da IA.”

A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Kátia Schweickardt, reforçou a importância do documento da Unesco, que coloca a interação entre as pessoas em 1º lugar:

“A gente está entregando, junto com a Unesco, uma matriz de competências de inteligência artificial para professores, para estudantes, mas isso só vai funcionar se todos nós nos virmos dentro dessa sinergia, se os nossos professores conseguirem entender que aquilo pode ajudar e que jamais nós seremos substituídos, porque nós somos capazes de criar algo que a máquina não vai fazer: o apaixonamento.”

O seminário segue até esta sexta-feira (18), em Brasília, com a participação de especialistas, gestores públicos, pesquisadores, professores e representantes da sociedade civil.