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Jurema Sagrada passa a ser reconhecida por lei como patrimônio imaterial da Paraíba

G1 PB

16/07/2025 às 10:28

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Uma das rotas fica na cidade de Alhandra, símbolo da Jurema Sagrada. Josimar Diniz / Tv Cabo Branco O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), sancionou a lei que reconhece a Jurema Sagrada como patrimônio imaterial do estado. A iniciativa, de autoria da deputada estadual Cida Ramos (PT), foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (16) e busca valorizar uma das expressões religiosas mais tradicionais do Nordeste.Segundo a parlamentar, a proposta tem como objetivo promover o respeito e a preservação da Jurema Sagrada, prática religiosa presente em comunidades tradicionais, especialmente nas cidades de Alhandra e Conde, no Litoral Sul paraibano. A Jurema Sagrada é uma tradição religiosa que reúne elementos culturais e espirituais indígenas, africanos e europeus, configurando um importante símbolo de resistência cultural no Nordeste brasileiro. Central nos rituais está o uso do chá da jurema, uma árvore típica da caatinga e do agreste nordestino. No entanto, as tradições de origem indígena e africana ainda enfrentam preconceitos, incluindo o racismo e a intolerância religiosa, que representam desafios constantes para seus praticantes.A proposta foi aprovada pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) no início do mês de junho, sob protesto de deputados conservadores. Wallber Virgolino e Sargento Neto, ambos do PL, votaram contra a matéria e Tovar Correia Lima (PSDB) preferiu se abster.Durante a sessão, Cida Ramos fez um pronunciamento defendendo o respeito à diversidade cultural e religiosa após ouvir o incômodo de colegas do parlamento e risos em tom de deboche no momento da votação."Eu sou católica, mas quero dizer que a Jurema faz parte da existência indígena, assim como de vários outros grupos. Nós devemos respeitar. Podemos até não aderir, mas precisamos valorizar as expressões e manifestações culturais e religiosas que se constituíram ao longo da formação social desse nosso país tão diverso e tão rico. Deus é um só, único", afirmou a parlamentar.O reconhecimento da Jurema Sagrada como patrimônio imaterial representa, segundo a deputada, uma importante conquista na luta contra o preconceito e a intolerância."Apesar de toda busca de organização e respaldo jurídico, é importante salientar que os religiosos de cultos afro-brasileiros e indígenas continuam sofrendo com o racismo e a intolerância religiosa", afirmou.A lei, de número 13.760, já está em vigor e passa a valer em todo o território paraibano.Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

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