03/06/2025 às 19:53
O Supremo Tribunal Federal liberou, nesta terça-feira (3), os vídeos das 52 testemunhas – de acusação e de defesa – ouvidas na ação penal contra o núcleo dirigente da trama golpista de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus.
Os depoimentos foram colhidos pelo ministro Alexandre de Moraes de 19 de maio até dia 2 de junho. O ministro impediu que fosse feita a gravação do áudio ou vídeo das sessões. Mas, nesta terça-feira, liberou a publicação das oitivas.
Os advogados de Bolsonaro indicaram 14 testemunhas, sendo que oito foram ouvidas e seis dispensadas. A maioria dos ouvidos negou que o ex-presidente tenha arquitetado o golpe de estado.
O ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, o governador de São Paulo Tarcísio Freitas, saiu em defesa do ex-presidente.
Mas o ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, confirmou que Bolsonaro o consultou para saber se havia algum caminho jurídico para questionar os resultados das eleições, que elegeu Lula como presidente do país.
Já as testemunhas de acusação confirmaram que Bolsonaro articulou a possibilidade de intervenção militar no país.
O ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, confirmou que poderia enquadrar Bolsonaro se ele saísse dos “aspectos jurídicos”, mas que não teria ameaçado ele de prisão.
Já o ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Baptista Júnior, confirmou a ameaça de prisão de Bolsonaro em caso de tentativa de golpe de estado. E ao responder o procurador-geral da República Paulo Gonet, Baptista Júnior confirmou que foi discutida a prisão do ministro Alexandre de Moraes.
Na próxima semana, serão retomados os depoimentos, com o início dos interrogatórios dos réus. O tenente-coronel Mauro Cid, que delatou os envolvidos na trama golpista, será o primeiro a ser ouvido, seguido de Bolsonaro.
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