03/06/2025 às 16:23
Em um dia de negociação com parlamentares sobre novas medidas para garantir arrecadação, em lugar do aumento no IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, o presidente Lula afirmou que é preciso compensar a desoneração aprovada no Congresso Nacional.
“O ministério da Fazenda está tentando fazer um reparo do não cumprimento e de uma decisão da Suprema Corte pelos companheiros senadores que, quando aprovaram a desoneração, sabem que tinha uma decisão da Suprema Corte que era obrigado haver compensação. E ficaram de apresentar a compensação. A Receita trabalhou, poderia ter feito uma discussão. Não aconteceu porque era uma sexta-feira e eles queriam anunciar rápido isso, pra dar tranquilidade à sociedade brasileira. Não acho que tenha sido erro, não. Em nenhum momento o companheiro Haddad teve qualquer problema de rediscutir o assunto”.
A declaração foi nesta terça-feira (3), no Palácio do Planalto, durante uma coletiva de imprensa. Em 22 de maio, o governo federal editou o decreto que reajustava alíquotas do IOF, como forma de ajudar a fechar as contas do governo e cumprir as metas fiscais de 2025.
Perguntado sobre os descontos indevidos por associações a aposentados do INSS, o presidente Lula disse que as investigações devem ser sérias para punir somente quem agiu de forma indevida.
“Na minha opinião é o seguinte, a gente não deve fazer o desconto. Se as pessoas não mandarem o documento, provando, não tem porque liberar. O que eu quero é somente a verdade, pra gente punir quem que tiver que ser punido. Só quem não pode ser punido são os aposentados. Esses precisam ser ressarcidos. O que nós estamos pedindo é... dando uma chance às entidades para que elas apresentem provas da veracidade da assinatura das pessoas. Até agora, não apresentaram. E, se ela não cometeu nenhum erro, ela não tem que pagar o preço, mas as outras terão que pagar o preço”.
Uma semana após a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deixar uma audiência no Senado por ter sido ofendida por senadores, Lula comentou publicamente o assunto.
“É uma companheira que eu tenho 100% de confiança nela. Tudo que ela faz, ela se propõe a discutir comigo. Quando terminou as agressões a ela no Senado e eu liguei pra ela, dando os parabéns por ter se retirado e pela grandeza da atitude dela”.
Outro assunto perguntado pelos jornalistas foi sobre mais uma alta na taxa básica de juros, a Selic. Lula se disse otimista com uma possível redução e com a atuação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
“O que está acontecendo já estava precificado. A gente já sabia que ia acontecer. Então, o que nós estamos conscientes é de que a inflação está controlada, começou a cair o preço dos alimentos e eu acho que, logo logo, o Banco Central vai tomar a atitude correta de começar a baixar os juros. Os juros tão muito altos, eu tenho 100% de confiança na idoneidade do companheiro Galípolo e eu acho que ele vai dar conta do recado, fazendo aquilo que é necessário fazer”.
No contexto internacional, Lula voltou a criticar o governo de Israel pela morte de palestinos na Faixa de Gaza, e foi enfático ao classificar as ações como “genocídio”.
“O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra. É um exército matando mulheres e crianças. É exatamente por conta do que o povo judeu sofreu na sua história, que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio”.
Também houve críticas direcionadas ao governo dos Estados Unidos. Lula considerou “inadmissível” a tentativa de sanções que o país pretende aplicar contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O presidente também anunciou que o governo avalia a criação de uma linha de crédito para entregadores de aplicativos comprarem motocicletas; e a implantação de pontos de descanso para essas pessoas, nas cidades, e para caminhoneiros, nas estradas.
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