Correios farão plano de demissão voluntária para 15 mil funcionários

Empréstimo de R$12 bilhões, fechamento de mil agências e demissão voluntária de 15 mil funcionários. Essas são algumas medidas do plano de reestruturação dos Correios, detalhado nesta segunda-feira (29). A ideia é conter a crise financeira da empresa. Para 2026, a estimativa de que os prejuízos cheguem a R$23 bilhões. E até 2028, a estatal projeta uma redução de R$5 bilhões em despesas.

O corte inclui a venda de imóveis talvez renegociação de passivos judiciais e a reestruturação do plano de saúde. O presidente dos Correios, Emanuel Rondon, explicou que a empresa busca captar R$20 bilhões para estancar a crise. Desse valor, R$12 bilhões já foram garantidos, R$10 bilhões serão desembolsados até 31 de dezembro de 2025 e outros R$2 bilhões até 30 de janeiro de 2026.

"Tem uma captação de R$12 bilhões que deve evoluir para R$20 bilhões. Tem elevações de receita que é via parceria, R$1,7 bilhões, elevação de receita via venda de móveis, R$1,5 bilhões e tem a elevação normal da receita da empresa com recuperação de share. Mas hoje a gente tem uma receita na ordem de R$18 bilhões, receita operacional e a gente tem que recuperar essa receita para no mínimo R$21 bilhões até 2027".

Os Correios identificaram um déficit estrutural superior a R$4 bilhões anuais, além de patrimônio líquido negativo de R$10,4 bilhões. O prejuízo acumulado até setembro de 2025 é de R$6 bilhões. O presidente da estatal afirmou que não há planos de privatização nem de uso de recursos do Tesouro Nacional.

"Hoje não tem um olhar sobre privatização, mas tem um olhar sobre parcerias inclusive societárias. Então assim, é, tem exemplo de sociedade de economia mista, funciona, Tem exemplos em que não há sociedade de economia mista, mas há parcerias específicas para para temas relevantes, como negócios financeiros e seguridade. A gente também tá enxergando dessa forma. Permanece a necessidade de captação de R$8 bilhões. Agora, essa necessidade de captação vai ser vista ao longo do ano de 2026 para ver se a melhor opção é aporte ou outra operação de crédito, como é que a gente faz a composição. Não tá definido ainda".

O plano de demissão voluntária prevê a participação de 15 mil empregados, 10 mil entre 2026 e 5 mil em 2027. A medida pode gerar uma economia de R$2,1 bilhões.