04/07/2025 às 12:58
O tráfico de pessoas é um problema transnacional, já que os perfis das vítimas e dos criminosos são tanto de brasileiros quanto de estrangeiros. O Relatório Nacional sobre o tema foi lançado pelo ministério da Justiça e Segurança Pública nesta sexta-feira (4).
As informações são relativas ao ano passado e foram fornecidas por diversos órgãos, como o ministério das Relações Exteriores, da Saúde, a Defensoria da União e a Polícia Federal. Os dados não estão unificados e foram tratados isoladamente, para não haver duplicação.
Foi constatada, porém, a predominância de vítimas homens, para o trabalho escravo, seguido das mulheres, para exploração sexual. Entre as formas de aliciamento, a internet é o meio utilizado para mais da metade dos casos de exploração sexual.
Sobre o perfil das vítimas, os dados do Ministério da Saúde sugerem que pretos e pardos somam mais da metade delas. Já os inquéritos policiais reforçam a maior incidência do tráfico humano, dentro do Brasil, para fins de trabalho escravo nos setores da construção civil, agricultura, fazendas, indústria têxtil e trabalho doméstico.
Os migrantes sul-americanos, especialmente paraguaios e bolivianos, são os grupos com mais alta vulnerabilidade. Entretanto, 163 trabalhadores chineses também foram resgatados na maior operação do ano passado.
Fora do Brasil, o tráfico de pessoas tem alimentado plataformas digitais de apostas em países asiáticos, destino de mais da metade das vítimas no exterior, especialmente as Filipinas, mas também acabam em países como a Nigéria.
Já a exploração sexual de mulheres, cis e trans, no continente europeu permanece constante, com destaque para Itália e Bélgica, mesmo com as investigações tendo aumentado significativamente em 2024.
Também foi lançado nesta sexta-feira, um Painel de Dados, ferramenta interativa desenvolvida pela Secretaria Nacional de Justiça com informações sobre o enfrentamento ao crime do tráfico de pessoas.
A apresentação faz parte das ações previstas para este mês, em referência ao Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, em 30 de julho.
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