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Mundo não erradica trabalho infantil e tem 138 mi de vítimas em 2024

Rádio Agência

11/06/2025 às 19:45

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Quase 138 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estavam em situação de trabalho infantil em todo o mundo em 2024. Desse total, cerca de 54 milhões estavam em atividades perigosas, com risco a saúde, a segurança e o desenvolvimento dessa parcela da população.

As novas estimativas foram divulgadas nesta quarta-feira (11) pela OIT, Organização Internacional do Trabalho, e pelo Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Os dados mostram uma redução de mais de 22 milhões de crianças e adolescentes em trabalho precoce desde 2020. No entanto, o mundo não atingiu a meta de erradicação do trabalho infantil até 2025, como previsto na Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

Maria Cláudia Falcão, coordenadora do Programa de Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho da OIT, ressalta que apesar dos avanços, os números ainda são altos. Mas, para ela, a redução nos últimos anos representa uma esperança diante do contexto internacional, que ainda é desafiador.

“Por um outro lado, nos vêm uma esperança de que é possível retomar a tendência de queda que a gente vinha vendo desde o início dos anos 2000. Esperava-se, inclusive, que agora haveria um pequeno aumento muito em razão ainda dos efeitos da pandemia, com uma crise econômica instalada, com o contexto internacional marcado por guerras... conseguimos reduzir esse número”.

De acordo com o levantamento, 61% das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no mundo estavam em atividades agrícolas. Em seguida, aparece o setor de serviços, com 27%, e a indústria, com 13%, incluindo mineração e manufatura.

Para a representante da OIT, o grande desafio é encontrar as vítimas do trabalho infantil, que não pode depender apenas da fiscalização do trabalho e impõe a necessidade da busca ativa nos territórios,

“Dificilmente a fiscalização do trabalho vai conseguir encontrar todas essas crianças. Nós precisamos de uma articulação  entre as mais diferentes áreas que estão nesses territórios, como assistência social, a parte do trabalho, direitos humanos, saúde, a própria educação, e que todos esses agentes sejam capacitados e sensibilizados na identificação de uma criança em vista de trabalho infantil”.

Ao comprometer o direito à educação e limitar oportunidades futuras, o trabalho infantil impacta toda a sociedade, na avaliação de Maria Cláudia Falcão, da OIT.

“O fato da persistente do trabalho infantil não impacta somente essa criança que está envolvida no trabalho infantil. Ela impacta no desenvolvimento das nações. É um freio ao desenvolvimento e impacta na minha vida, na sua vida e nas condições de vida de toda população. Porque aí a gente tá tirando o futuro dessas crianças, que serão as gerações futuras”.

Quase dois terços de todas as crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, cerca de 87 milhões, estão na África Subsaariana. Na Ásia e no Pacífico houve queda de 5,6% para 3,1%. Na América Latina e Caribe a redução total foi de 11%.

Desde o ano 2000, o trabalho infantil foi reduzido quase pela metade no mundo. Passou de 246 milhões de vítimas para 138 milhões. Estima-se que para eliminar o trabalho infantil nos próximos cinco anos, as providências teriam que ser 11 vezes mais rápidas. 

*Com produção de Joana Lima

Brasília (DF), 11/06/2025 - Combate ao trabalho infantil.Foto: Ministério do trabalho/Divulgação Brasília (DF), 11/06/2025 - Combate ao trabalho infantil.Foto: Ministério do trabalho/Divulgação
© Ministério do Trabalho/Divulgação
Direitos Humanos Brasília 11/06/2025 - 19:44 Roberto Piza / Fran de Paula Daniella Longuinho - repórter da Rádio Nacional Trabalho Infantil Erradicação Unicef OIT Agenda 2030 Para O Desenvolvimento Sustentável quarta-feira, 11 Junho, 2025 - 19:44 4:05

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