15/06/2025 às 12:11
O Grêmio Recreativo Cacique de Ramos, fundando também por Bira, lamentou em sua página oficial a morte do sambista, decorrente de complicações relacionadas ao câncer de próstata e ao Alzheimer.
Mas Bira começou a fazer história já moço, ao fundar o bloco Cacique de Ramos, em 1961, no Rio de Janeiro, ao lado dos irmãos Ubirany e Ubiraci, e moradores da zona norte carioca. Ele foi o segundo presidente da agremiação, mas logo ganhou o título de Bira Presidente, permanecendo na função para o resto da vida.
Além de desfilar no centro da cidade, o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos cresceu, e o grande passo aconteceu em 1972, ao ganhar um terreno da prefeitura, em Ramos. Com sede própria, três anos depois seriam criadas ali as rodas de samba de quarta-feira, que apresentariam ao país uma geração supertalentosa. Gente do quilate de Beth Carvalho, que ficou fascinada com o estilo da levada do Fundo de Quintal, que tinha Sereno e Neoci no tantã, Ubirany no repique de mão; e, claro, o próprio Bira no pandeiro.
Outras feras foram se juntando ao grupo, como Jorge Aragão e Sombrinha no violão, e Almir Guineto no banjo. O conjunto gravou o primeiro disco em 1980, "Samba É no Fundo de Quintal". Viriam mais outros 30 álbuns, e prêmios da crítica, como o Grammy Latino em 2015. Muitos sambistas passaram por lá, mas da formação original, só Bira e Sereno permaneceram ao longo dos 45 anos de história.
Bira é lembrado também pela maneira inovadora de tocar o pandeiro. Antes visto como mero acompanhamento, nas mãos do presidente, ele passaria a dialogar com outros instrumentos do samba de forma mais harmoniosa, na chamada "levada de samba do Cacique". O que chamaria a atenção de uma nova geração, como Emílio Santiago e Zeca Pagodinho.
Nesse domingo, nas redes sociais, vários sambistas, amigos e entidades postaram homenagens a Bira Presidente.
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