Sousa/PB -

Extras

Um ano após enchentes, prefeito avalia problemas em Porto Alegre

Rádio Agência

02/05/2025 às 09:35

Tamanho da Fonte

Baixar

O problema de moradias em Porto Alegre causado pelas enchentes vai demorar anos para ser resolvido, avaliou o prefeito Sebastião Melo. Quando as águas do Guaíba invadiram Porto Alegre em maio do ano passado, Sebastião Melo estava no gabinete da prefeitura no centro da cidade. Pela janela, ele viu a enchente começar. Um ano depois, na mesma sala, ele falou com a Rádio Nacional e com a Agência Brasil sobre o futuro da cidade. O maior desafio vai ser a habitação, avalia Sebastião Melo. Porto Alegre tem nove mil laudos de imóveis destruídos pela enchente. Por enquanto, mil famílias ganharam uma casa nova por meio do Compra Assistida. Mas somente este programa do governo federal não consegue atender a todos que esperam por um novo lar. 

“Tem que ter uma outra solução, que é a solução da Minha Casa, Minha Vida. Tem algumas soluções de casa supervisória. Então, habitação é muito complexa e ela vai levar anos para resolver.”

O prefeito disse que as chuvas do ano passado foram o maior desastre climático do Brasil. As águas entraram por 20 pontos em Porto Alegre e o sistema contra enchentes não foi suficiente. Agora, as obras colocam o sistema de pé, põe as casas de bomba para funcionar, fecham os diques e reforçam o muro da Mauá,  estrutura que protege de enchentes o centro histórico de Porto Alegre. Apesar das melhorias, é preciso pensar em toda a bacia hidrográfica que forma o Guaíba. 

“Então se tem 22 afluentes, se tem quatro rios, se não tiver obras, desassoreamento, tudo isso aqui, você não não tem como resistir apenas com a pressão da cheia local. E as cidades lindeiras, todas elas aí, tu envolve Cachoeirinha, tu envolve Gravataí, tu envolve São Leopoldo, tu envolve Canoas, tu envolve Eldorado do Sul, são obras que são necessárias para a produção de cheia da bacia.”

Sobre o zoneamento da capital gaúcha que permite construções perto do Guaíba, Melo disse que o plano diretor precisa ser revisado e que o projeto vai para a Câmara de Vereadores neste ano. Embora defenda mudanças no plano diretor, Melo reforça que áreas já consolidadas precisam ser protegidas contra cheias.

“São milhares de pessoas que moram nessas áreas. O que eu tenho que ter é um sistema de produção de cheias que dê segurança para as pessoas. Agora, como é que vou pegar o quarto distrito, que é uma área que vive um momento espetacular de empreendedorismo, de inovação, de start ups, de cervejarias, gastronomia, espetacular. Eu vou fazer um plano de incentivo agora forte, fiscal, urbanístico, para tentar retomar. Então, o recado que eu tenho que mandar é seguinte, é fazer obra, proteção de cheia na veia.”

Um fundo de R$ 6,5 bilhões criado pelo governo federal ainda está parado esperando os projetos de enfrentamento a cheias no estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre já enviou propostas de R$ 700 milhões, mas o prefeito disse que ainda não tiveram resposta. 

“O governo estadual fez uma mesa de negociações onde eles acertaram que o governo federal criasse esse fundo e estas obras da bacia, e que envolve obras no entorno de Porto Alegre, elas sejam realizadas pelo governo do estado. O governador abriu um processo de que os municípios escrevessem para esse plano e nós escrevemos vários projetos de proteção de cheias. Mas isso tá lá, nenhum foi autorizado ainda. 

Sebastião Melo disse que o futuro de Porto Alegre depende da união dos governos federal, estadual e municipal.

“A crise nos traz dores, perdas, mas nos traz a oportunidade de fazer o Rio Grande melhor, uma cidade melhor. É com esse espírito que esse prefeito aqui, junto com os porto alegrenses, quer refazer a nossa cidade.”

Em Porto Alegre, 30% do território, 160 mil pessoas e 45 mil empresas foram afetadas pelas enchentes de 2024. 

Porto Alegre (RS), 01/05/2025 - Prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, fala com agência Brasil.Ha um ano o estado foi atingido por temporais que afetou mais de 400 municípios gaúchos, tiveram bairros inteiros alagados. A maior tragédia climática da história, deixou pelo menos 147 mortos e afetou mais de 2,1 milhões de pessoas.Foto: Joédson Alves/Agência Brasil Porto Alegre (RS), 01/05/2025 - Prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, fala com agência Brasil.Ha um ano o estado foi atingido por temporais que afetou mais de 400 municípios gaúchos, tiveram bairros inteiros alagados. A maior tragédia climática da história, deixou pelo menos 147 mortos e afetou mais de 2,1 milhões de pessoas.Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil
Geral Cidade tem nove mil laudos de imóveis destruídos. Porto Alegre 02/05/2025 - 09:35 Rafael Gasparotto / Rilton Pimentel Gabriel Brum – Repórter da Rádio Nacional 1 ano chuvas no Rio Grande do Sul enchente Porto Alegre Sebastião Mello sexta-feira, 2 Maio, 2025 - 09:35 3:39

Continuar lendo ...
Ads 728x90

QR Code

Para ler no celular, basta apontar a câmera