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Homenagem

Assembleia concede cidadania paraibana à Mãe Tuca d´Osoguiã

A homenageada, que é natural de Duque de Caxias (RJ), declarou que a honraria representa a resistência da população negra e do candomblé

Da Redação Repórter PB

13/05/2019 às 18:46

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A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) concedeu, nesta segunda-feira (13), o título de cidadã paraibana à Mãe Tuca d’Osoguiã, diretora executiva da ONG Casa da Cultura Ilê Asé d´Osoguiã (CCIAO), que presta serviços para a comunidade do Vale do Gramame, em João Pessoa. A solenidade, de autoria da deputada Estela Bezerra (PSB), teve como objetivo reconhecer a contribuição da homenageada na luta pela justiça e igualdade social, através de trabalhos culturais e educativos desenvolvidos pela ONG.

Para Estela, a sessão simboliza o reconhecimento da construção da cultura de paz, em respeito à diversidade religiosa promovida pela mãe de santo. “O título de cidadão e cidadã vem no sentido da gente reafirmar o vínculo de alguém que contribui e assume a cidadania e a territorialidade como se fosse própria. No caso de Mãe Tuca, ela vem não só realizando os trabalhos que são da origem da sua doutrina religiosa, que é o candomblé, como também tem num bairro da cidade de João Pessoa, numa área de alta vulnerabilidade social, um trabalho voltado à inclusão”, afirmou.

“Além disso, ela é uma das ialorixás que sempre representou o estado em vários conselhos nacionais de saúde e igualdade racial, fazendo com que a Paraíba consiga ter visibilidade em fóruns no Brasil e tenha, em seu próprio território, uma defensora da cidadania. Portanto, este título é mais que merecido”, completou a deputada.

A homenageada, que é natural de Duque de Caxias (RJ), declarou que a honraria representa a resistência da população negra e do candomblé.

“Eu estou aqui, na Paraíba, há 36 anos. Os meus pais são paraibanos, mas eu sou carioca. Um dia a gente pensou em voltar para cá, e eu vim com o meu marido, um filho e um currículo. Cheguei aqui e fiz concurso, trabalhei no Tribunal de Justiça e, mais tarde, fundamos a Casa da Cultura, que é um terreiro, mas também é uma organização da sociedade civil. Nós já estamos com mais de 10 anos de fundação, temos assentos em vários conselhos nacionais e atendemos cerca de 130 famílias, incluindo crianças, jovens e adolescentes. Ou seja, meu terreiro leva cidadania, cultura e formação identitária”, explicou.

Casa da Cultura

A Casa de Cultura Ilê Asé d´Osoguiã foi fundada em 20 de janeiro de 2007 como instrumento de fortalecimento da diminuição das desigualdades sociais entre brancos e negros. A ONG realiza projetos e ações com atividades integralizadas e articuladas, visando o respeito à diversidade cultural, a cosmogonia africana e valorizando projetos que contemplam a formação identitária de crianças, adolescentes, jovens e adultos afrodescendentes.

A Casa atua em defesa dos direitos constitucionais, do Estatuto de Igualdade Racial, do Estatuto da Criança do Adolescente, das diretrizes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e da inclusão digital, realizando palestras e oficinas temáticas mensais com a participação da comunidade local e familiares dos beneficiários diretos e indiretos, com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares e comunitários, a geração de renda e a assistência social.

Também participaram da Sessão Solene a secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Santos Soares; o secretário de Estado da Cultura, Damião Ramos Cavalcanti; o presidente fundador do CCIAO, Renato Bonfim; e o vereador de João Pessoa, João Almeida.

Fonte: Repórter PB

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