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Crise

China registra o menor crescimento trimestral em nove anos

PIB da China sobe 6,5% no terceiro trimestre, numa clara desaceleração em relação aos dois primeiros trimestres.

Da Redação Repórter PB

19/10/2018 às 10:15

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O Produto Interno Bruto (PIB) da China subiu 6,5% no terceiro trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período do ano anterior, informou nesta sexta-feira (19) o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE) do país.

Apesar do crescimento estar em linha com a meta de crescimento estabelecida pelo governo para o ano, trata-se do pior resultado trimestral em nove anos. Foi o crescimento mais frágil registrado pelo país asiático desde o primeiro trimestre de 2009, quando a crise financeira atingiu os mercados mundiais, segundo a agência France Presse.

O crescimento da segunda maior economia mundial foi 0,2% menor que o registrado no segundo trimestre, e também desacelerou em relação ao resultado do 1º trimestre (6,8%).

Durante os três primeiros trimestres de 2018, o PIB da China acumulou um crescimento do 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, com aumento anual de 3,4% no setor primário, de 5,8% no secundário ou industrial e de 6,5% no setor terciário ou serviços.

"A tendência de desaceleração está se fortalecendo apesar da promessa das autoridades chinesas de encorajar o investimento doméstico para sustentar a economia. A demanda doméstica está mais fraca do que as exportações inesperadamente sólidas", disse à agência Reuters Kota Hirayama, economista sênior de mercados emergentes do SMBC Nikko Securities.
Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o crescimento desacelerou para 1,6%, ante 1,7% no segundo trimestre.

Outros dados divulgados simultaneamente pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China também mostraram perda de ritmo da economia chinesa. A produção industrial votou a desacelerar em setembro a 5,8% em ritmo anual.

A única boa notícia foi o aumento das vendas no varejo, reflexo do consumo, com uma aceleração surpreendente de 9,2% em ritmo anual em setembro, dois décimos a mais que em agosto.

Efeitos da guerra comercial

A atividade chinesa sofre os efeitos da guerra comercial entre Pequim e Washington. O governo de Donald Trump adotou desde julho tarifas de importação para produtos chineses que alcançam 250 bilhões de dólares por ano, o que provocou represálias de Pequim sobre US$ 110 bilhões em bens americanos.

As exportações, no entanto, permanecem como um dos motores da economia chinesa e as taxas sobre automóveis, máquinas e eletrodomésticos chineses levaram diversas empresas a transferir a produção ou congelar os investimentos na China.

"Olhando à frente, o cenário econômico não é otimista com as exportações enfrentando mais obstáculos com as tarifas dos EUA e a demanda de países emergentes caindo. O crescimento do PIB deve desacelerar a 6,0-6,2% no próximo ano", disse Nie Wen, analista do Hwabao Trust Shanghai.

A guerra comercial, acompanha de uma grande tensão política entre as duas potências, piora uma conjuntura já muito delicada, afetada pelos esforços do regime comunista para reduzir a dívida.

Com a meta de conter o aumento da dívida do país (mais de 250% do PIB), o governo se esforça desde o ano passado para endurecer as condições de crédito e pressiona as autoridades locais para reduzir os gastos públicos e os investimentos a crédito, destaca a agência France Presse.

Isto penaliza diretamente as grandes obras de infraestrutura e o setor imobiliário - pilares do PIB chinês - e complica o financiamento das empresas.

Sinal do esfriamento, os investimentos em capital fixo, termômetro dos gastos em infraestruturas, permanecem estagnados. Registraram um leve e inesperado crescimento, a 5,4% nos três primeiros meses do ano, depois de um aumento de 5,3% no período janeiro-agosto, mas permanecem perto do nível de alta mais frágil já registrado.

China busca aumentar confiança de investidores

Em um movimento para tentar aumentar a confiança dos investidores, o presidente do Banco do Povo da China disse nesta sexta-feira que os valores atuais das ações da China não estão alinhadas com fundamentos econômicos sólidos e que o banco promulgará medidas direcionadas para ajudar a aliviar os problemas financeiros das empresas e encorajar bancos comerciais a aumentar os empréstimos à empresas privadas.

Com G1

Fonte: Repórter PB

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