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Operação

PF e MPF cumprem mandados de prisão contra doleiros em mais uma fase da Lava Jato

Ação desta quarta-feira (20) é um desdobramento da "Câmbio, desligo", que prendeu 30 pessoas em 2018 suspeitas de movimentar R$ 1,6 bilhão em 52 países.

Da Redação Repórter PB

20/03/2019 às 08:35

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Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estão nas ruas de São Paulo para cumprir quatro mandados de prisão contra doleiros e outros de busca e apreensão em mais uma fase da "Operação Câmbio, Desligo", um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal Criminal do RJ. Nessa fase, a polícia apura um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção, chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral.

Os alvos foram identificados dentro do esquema de Sérgio Cabral, a partir das delações premiadas Vinicius Clarer (Juca), e Cláudio Fernando Barboza, o Tony.

"Nesse momento, o MPF pretende a extensão dessa operação [Câmbio, desligo] a fim de verificar as transações realizadas por outros doleiros identificados no sistema dos colaboradores (ST e Bankdrop), quais sejam: NISSIM CHREIM, codinome “Miojo” e SERGIO GUARACIABA MARTINS REINAS, codinomes “ROMA” e “MISTER”, destaca a denúncia do MPF.

Ainda segundo a denúncia, através das operações Calicute, Eficiência, e Hic et Ubique, juntamente com o acordo de colaboração premiada celebrado com Juca e Tony, os investigadores descobriram a atuação de outras pessoas na organização criminosa de lavagem de dinheiro e evasão de divisas liderada por Cabral.

A operação "Câmbio, desligo" foi deflagrada em maio de 2018 e prendeu 30 pessoas em quatro estados. Os alvos eram doleiros suspeitos de movimentarem R$ 1,6 bilhão em 52 países.

A logística dessa operação, segundo a denúncia do MPF que ocasionou na ação desta quarta-feira (20), envolvia a custódia de valores nas transportadoras (Trans-Expert), bem como o aluguel de salas comerciais equipadas com cofre, alarme, portas blindadas e controle de acesso, a fim de armazenar os recursos utilizados de tais operações ilícitas.

Os dois doleiros alvos desta nova fase, ainda de acordo com a denúncia, atuavam junto aos colaboradores Vinicius Clarer e Cláudio Fernando Barbosa.

Em sua delação, Cláudio apontou que Sérgio Reinas realizou operações no valor de R$ 37 milhões entre 2011 e 2014. Sérgio era conhecido como doleiro e sócio de Lúcio Funaro, mas, após um desentendimento, começou a atuar diretamente com Vinicius e Cláudio.

Mandados de prisão preventiva:

Doleiro: Sérgio Guaraciaba Martins Reinas, conhecido como "Roma" e "Mister"
Doleiro: Nissim Chreim, o "Miojo"
Thânia Nazli Battat Chreim
Mandado de prisão temporária:
Jonathan Chahoud Chreim

Os sete mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em endereços comerciais e residenciais dos alvos citados acima.

Operação "Câmbio, desligo"

Em junho do ano passado, o MPF denunciou mais 60 pessoas, incluindo o ex-governador Sérgio Cabral, que eram alvos da operação Câmbio, desligo.

Os suspeitos integravam um sistema chamado Bank Drop, no qual doleiros remetem recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”.

Trata-se de um câmbio que envolve depósitos em contas em diferentes países, mas o dinheiro não é rastreável pelo Banco Central: doleiros recebem no Brasil e compensam em contas no exterior. Por não haver remessa, muito menos registro, o montante escapa das autoridades e dos impostos.

Os procuradores sustentam que a rede de doleiros operava lavando dinheiro para diversas organizações criminosas, inclusive a que o ex-governador foi condenado por liderar.

O "vultuoso" volume de recursos desviados, nas palavras dos investigadores, envolveu dezenas de doleiros espalhados pelos principais centros comerciais do país. A operação só foi possível porque dois deles, Vinicius Clarer (Juca), e Cláudio Fernando Barboza, o Tony, fizeram delações premiadas.

Com G1

Fonte: Repórter PB

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