Internada com doença rara no Hospital Metropolitano, jovem é levada para ver o mar

O que parece simples para muitos, para Maria Eduarda foi um momento inesquecível. A jovem paciente de 19 anos, do município de Caiçara, internada há meses na UTI neurológica do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires - pertencente à rede estadual de saúde e gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) - teve seu pedido atendido na última quinta-feira (29): sair para um passeio e ver o mar.

Diagnosticada com uma condição rara, a porfiria (doença rara que surge devido a um defeito na produção da hemoglobina), Maria Eduarda chegou ao hospital com suspeita de encefalite, após crises convulsivas. O caso mobilizou uma rede de médicos, especialistas e voluntários. “Foram feitos inúmeros exames e, por muito tempo, ninguém conseguia fechar o diagnóstico. Só depois de muito esforço e com apoio de uma geneticista, conseguimos entender o que ela tinha”, explicou Lindinalva Vitoriano, coordenadora de enfermagem da UTI neurológica.

Segundo o neurologista Alex Ronald, que acompanha a paciente de perto, o avanço no tratamento foi nítido após o início da medicação correta. “As primeiras administrações já mostraram melhora. Embora ainda traqueostomizada e com déficit de força, ela recuperou a parte cognitiva. Passamos a conversar, interagir, criar laços. Eu prometi a ela que toda quinta a levaria para passear pelos corredores”, contou Alex.

O neurologista relatou ainda que, em um dos passeios pelo hospital, a jovem externou a sua vontade de passear de carro. “A primeira coisa que pensei foi em colocá-la no meu carro e sair dirigindo, mas claro que não era possível. Falei com a coordenadora, Lidinalva, que foi atrás da autorização e estrutura. E conseguimos”, relata o médico, emocionado. 

Após saber que seu desejo seria realizado, Maria Eduarda comemorou e disse que “esse passeio era o único presente que eu queria nesse momento. Estou muito feliz e emocionada”. Ela só não esperava que o passeio seria até a praia com direito a tomar água de coco.

A emoção também contagiou a família. A prima da paciente, Eloiza Pereira, acompanhou a saída da jovem da UTI e celebrou o gesto: “Achei até chique sair com ela para esse passeio. Ela melhorou muito. Antes era só uma visita rápida, agora a gente espera que logo ela desça para a enfermaria. Queremos estar mais perto, cuidar, acompanhar cada passo dessa recuperação”.

Para a diretora do Metropolitano, Louise Nathalie, o momento foi muito mais do que um simples passeio, foi um marco. “O que é simples para nós, é um evento para ela. É um momento de respiro, de esperança, de renovo. Humanizar é isso: ver o paciente como um todo, com alma, com desejo de viver. Maria Eduarda segue em tratamento, mas agora com mais força e mais razões para acreditar que a cura também passa pela emoção”, ressaltou a diretora.

Fonte: Secom