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Série Histórica

Indústria Brasileira é a 16ª em participação na produção mundial do setor, aponta CNI

Os dados são do Desempenho da Indústria no Mundo, estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Da Redação Repórter PB

04/09/2020 às 20:23

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Industria ‧ Foto: Repórter PB

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Em trajetória de queda desde 2009, a participação do Brasil na produção industrial mundial caiu de 1,24%, em 2018, para 1,19%, em 2019. É o piso da série histórica iniciada em 1990. Com a nova retração em 2019, a indústria nacional mantém perda de relevância no cenário global e passa a ocupar a 16ª posição. Entre 2015 e 2019, ela foi superada pelas indústrias do México, da Indonésia, da Rússia, de Taiwan, da Turquia e da Espanha. Até 2014, o Brasil figurava entre os 10 maiores produtores no ranking mundial. Os dados são do Desempenho da Indústria no Mundo, estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O desempenho das exportações da indústria de transformação brasileira também retrata a perda de competitividade. De acordo com estimativa da CNI, a participação nacional nas exportações, que já havia recuado de 0,91% para 0,88%, de 2017 para 2018, mantém o viés negativo e deve ficar em 0,82%, em 2019, igualando o menor patamar da série histórica, registrado em 1999. O Brasil ocupava a 30ª colocação no ranking global no último dado disponível, de 2018.

“O cenário torna ainda mais urgente a aprovação de reformas e legislações que destravem a economia brasileira e aumentem a competitividade da indústria nacional. São os casos da reforma tributária, da nova lei do gás e do reforço em investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Essas são iniciativas essenciais para restabelecer condições para a indústria brasileira voltar a competir internacionalmente”, comentou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

A perda de participação da indústria brasileira na produção industrial mundial tem sido observada desde meados da década de 1990. Os dados evidenciam que a crise econômica brasileira de 2014-2016 intensificou esse movimento. Nesse período, o PIB da indústria acumulou queda de 10,1%, enquanto a agropecuária recuou 2,1% e os serviços recuaram 4,9%. Diferentemente do Brasil, a produção industrial mundial manteve-se em crescimento, após queda em 2009, ano da crise financeira global.

Indústria chinesa é a maior do mundo

A China possui o melhor desempenho entre os principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2019, a participação da China no valor adicionado da indústria de transformação mundial cresceu de 28,85%, em 2018, para 29,67%, aumento de 0,82 ponto percentual, o único resultado positivo entre os países avaliados. As maiores perdas foram registradas pela Alemanha (de 5,64%, em 2018, para 5,42%, em 2019), seguida do Japão, (de 7,12% para 7,01%, no mesmo período). O recuo, no entanto, não tirou dos dois países lugares de destaque no ranking global, figurando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Na participação nas exportações mundiais da indústria de transformação, a China também aparece como a maior exportadora, seguida de Alemanha, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Juntos, esses cinco países representaram 41% das exportações mundiais da indústria de transformação em 2018. A queda de 7,2% nas exportações da indústria de transformação brasileira em 2019 interrompeu sequência de três anos de crescimento. O recuo registrado no último ano reverteu cerca de metade do crescimento acumulado entre 2015-2018, de 15%.

Câmbio volátil, crise argentina e tensões entre EUA e China contribuíram para o recuo nas exportações

A perda de participação da indústria de transformação nacional no cenário global é percebida mesmo num cenário de depreciação do real, que estimularia as exportações. Entre 2017 e 2019, a moeda brasileira depreciou-se 12%, em termos reais, frente ao dólar. Entre os dificultadores, está a volatilidade, ligada a incertezas tanto no ambiente externo como no doméstico, o que prejudica contratos comerciais.

A crise na Argentina e o aumento das tensões entre Estados Unidos e China contribuíram para o recuo das exportações. Em 2019, a Argentina entrou no segundo ano de recessão, com um recuo de 4,6% no PIB na comparação com 2017. No mesmo período, as importações de bens da Argentina recuaram, em valor (US$), 26,6%.

Já a escalada da tensão entre Estados Unidos e China, observada desde 2018, tem desacelerado o crescimento econômico mundial. A taxa caiu de 3,9%, em 2017, para 3,6%, em 2018, e para 2,9%, em 2019. A Argentina e os Estados Unidos são os principais compradores de produtos manufaturados brasileiros. Em 2019, as exportações para os dois países representaram 28% do total exportado pela indústria de transformação no Brasil.

Parceiros comerciais também registram perda de participação nas exportações mundiais

Dos oito principais parceiros comerciais do Brasil analisados, apenas o México deve registrar ganho de participação nas exportações mundiais da indústria de transformação em 2019. Segundo estimativa da CNI, o aumento será de 0,13 ponto percentual, de 2,45%, em 2018, para 2,58%, em 2019. A Coreia do Sul deve registrar a maior perda, com uma redução de 0,36 ponto percentual, de 3,73%, em 2018, para 3,37%, em 2019. A Alemanha deve registrar a segunda maior perda: sua participação de 9,17%, em 2018, deve cair para 8,83%, em 2019.

Veja os detalhes do estudo Desempenho da Indústria no Mundo

Agência CNI de Notícias

Fonte: Repórter PB

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