17/07/2018 às 07:29
Desde março o Brasil vem registrado desaceleração brusca na geração de vagas formais de trabalho. Se nos três primeiros meses do ano o ritmo apontava para 750 mil novos posto no ano, com os números dos últimos três meses, a perspectiva é de 220 mil, segundo levantamento da LCA Consultores, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Significa apenas 20% do previsto no final do ano passado, quando as estimativas indicavam, de acordo com informações da Folha de S. Paulo, a criação de 1 milhão de novos postos com carteira assinada.
"No começo do ano, não parecia irreal um saldo de 1 milhão de novas vagas em 2018, dado o que se previa para a economia", diz Cosmo Donato, economista da LCA.
Ele também destaca que os índices podem piorar, dada a lentidão e as incertezas na economia do país. "Não é o nosso cenário principal, mas não acho impossível encerrar o ano com demissões líquidas", afirma Donato.
O cenário é o mesmo "pintado" pelo economista Marcelo Gazzano, da consultoria ACPastore. Ele destaca que a queda do emprego formal afeta a capacidade de consumo das famílias e compromete a retomada do crescimento. Ao representar cerca de 65% do PIB, o consumo determina o fôlego da economia.
O economista ainda explica que, levando em consideração que foram perdidos 3 milhões de postos formais durante a crise, mantido o ritmo atual, o mercado de trabalho levaria nada menos do que dez anos para se recompor.
"Não quer dizer que a gente voltou para a crise", diz Donato. A questão, salienta, é que o mercado de trabalho parou de demitir, mas não ingressou em uma recuperação robusta a ponto de recuperar as vagas perdidas durante a crise. "Na verdade, parecemos muito longe disso", completa.
Fonte: Repórter PB
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