Sousa/PB -
Bens Roubados

Jornalista critica desinteresse por destinos dos roubos de obras de artes

Sua opinião é de que é pouca, ainda, por exemplo, a visibilidade dada pela imprensa do país ao trabalho da Operação Lava Jato que é focado na apreensão de obras de arte roubadas

Da Redação Repórter PB

18/05/2018 às 07:52

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“Nem as autoridades, nem a imprensa, nem a sociedade, dão a merecida importância ao tema. Há muito desconhecimento sobre dados relativos a roubos de obras de arte no Brasil, e também sobre o destino dos bens roubados”, observou a jornalista Cristina Tardáguila, em palestra no segundo dia da 1ª Conferência Brasileira de Direito e Arte, que acontece no Centro Cultural Ariano Suassuna, do TCE-PB.

Sua opinião é de que é pouca, ainda, por exemplo, a visibilidade dada pela imprensa do país ao trabalho da Operação Lava Jato que é focado na apreensão de obras de arte roubadas, e que servem à lavagem de dinheiro. “Falharam profundamente neste aspecto da divulgação”, frisou.

Durante exposição em painel do qual participaram, também como palestrantes, dois delegados e um perito da Polícia Federal, a autora de ‘A Arte do Descaso’, enumerou falhas das autoridades policiais, do Ministério da Cultura e da direção da Chácara do Céu, quando aconteceu o maior roubo a museu do Brasil, em 24 de fevereiro 2006, início de Carnaval.

À plateia, ela fez um resumo da história contada no livro que resultou de cinco anos de investigação e pesquisas realizadas, inclusive, nos Estados Unidos e Europa. O roubo aconteceu durante o desfile do bloco das Carmelitas, o mais tradicional da região de Santa Tereza, bairro onde fica o Museu da Chácara do Céu.

A mansão de três andares foi invadida por um grupo armado, composto de quatro homens, que em meia hora levaram cinco obras: duas de Picasso – uma delas “A Dança”; "Marinha", de Monet; "O Jardim de Luxemburgo", de Matisse; e "Os Dois Balcões", de Salvador Dalí.O valor estimado dos quadros juntos foi, à época, de 10 milhões de dólares. Mais de 12 anos passados, e até hoje não se descobriu onde foram parar.

O episódio, para a jornalista, demonstra o quanto o país está distante, ainda, da realidade encontrada, por exemplo, na Itália, referência em estrutura policial, de pesquisa, banco de informações e de atuação nacional e internacional contra o roubo de obras e de lavagem de dinheiro via mercado da arte.

REFERÊNCIA MUNDIAL - A Itália foi, a propósito, a primeira nação do mundo a adotar um corpo policial especializado neste setor específico - o ‘Comando Carabinieri pela Proteção do Patrimônio Cultural’, que opera em todo território e atua, internacionalmente, por meio da Interpol, cumprindo as convenções vigentes para a área. O comando responde, funcional e diretamente, ao Ministro de Ativos e Atividades Culturais.

A iniciativa italiana,originária do ‘Nucleo Tutela PatrimonioArtistico’, criado em 1969, deu-se um antes de a Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) recomendar, aos países, várias medidas para evitar a aquisição de bens ilicitamente exportados e favorecer a recuperação dos bens roubados.

A jornalista lembrou, na ocasião, que essa força tarefa italiana conta com centenas de policiais e peritos, recursos e tecnológicos e de inteligência, e de equipamentos de apoio e transportes que incluem até submarinos e helicópteros.

“Um sonho de consumo para nossa Polícia Federal”, brincou diante da plateia e dos delegados federais Márcio Adriano Anselmo e Carlos Gastão , e do perito Marcos Antônio, com quem partilhou a exposição do painel da conferência denominado ‘A Arte do Crime’.

 

ASCOM TCE-PB, 17/05/2018

Fonte: Repórter PB

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