
07/12/2025 às 09:30
Estudantes do 1º ano do ensino médio de um colégio da Bahia participam do projeto Bonecas Pretas, idealizado pela professora de história e escritora Daniela Torres.

A ideia surgiu quando a professora percebeu que havia uma ausência de bonecas negras no universo infantil, assim como de personagens femininas na história oficial ensinada nas escolas.
"Na sala de aula eu comecei a perceber que nos conteúdos regulares não apareciam mulheres, e muito menos mulheres negras. Então a gente falava de revolução francesa, até a independência do Brasil e essas mulheres não apareciam. E quando apareciam, como o caso da Maria Felipa, que às vezes aparece, assim como também a Maria Quitéria, no caso da Maria Felipa que é negra, ela é sexualizada. Nesse recorte não era dado a elas o protagonismo real".
No projeto, que se estende por todo o ano letivo, os estudantes participam de seminários e escolhem uma personalidade feminina negra para ser representada por meio da boneca. Este ano, Dandara dos Palmares, Luísa Mahin, Tereza de Benguela e Carolina Maria de Jesus foram algumas das homenageadas.
"Aí eles escolhem, aí a gente começa pesquisa, apresenta o seminário, debate. Aí depois vão fazer na sala de aula um desenho de como eles imaginam que seria a boneca daquela mulher, se ela fosse uma boneca. Aí nós trabalhamos colorismo, cabelo, lábios, cor da pele, da importância do resgate desse tom, e eles vão escrever um pequeno texto que estimule a criança".
As bonecas, depois de serem expostas em uma mostra na escola, são entregues a escolas quilombolas da Rota da Liberdade no município de Cachoeira.
2:09Continuar lendo ..."O que a gente quer é levar material pedagógico e falar a nível de estrutura, que nós temos um país que tem uma estrutura que não traz a mulher negra no material pedagógico".
Para ler no celular, basta apontar a câmera