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Genética influencia fatores de risco para problemas cardiovasculares; Veja

Estudo feito em Baependi (MG) descobriu que até o nível do colesterol ruim, o HDL, pode ser passado de pai para filho

Da Redação Repórter PB

05/02/2018 às 15:54

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Doenças ‧ Foto: Divulgação

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Até que ponto a hereditariedade influencia o surgimento de doenças cardiovasculares? Pesquisadores do Instituto do Coração, da faculdade de Medicina da USP, iniciaram, em 2005, um estudo sobre o tema no município de Baependi, no sul de Minas Gerais. Cerca de três mil moradores foram cadastrados aleatoriamente para compor o trabalho. Os cientistas concluíram que o estilo de vida pode mudar o desfecho de um diagnóstico, mas os fatores genéticos possuem peso maior no futuro de cada indivíduo.

Segundo Camila Maciel, chefe do grupo de pesqusiadores, o foco do estudo está na síndrome metabólica, ou seja, nos fatores de risco que levam a doenças cardiovasculares. Para isso, foram analisados critérios como hipertensão, circunferência abdominal e os níveis de glicose e HDL (bom colesterol). A partir daí, os cientistas tentaram relacionar a variabilidade de cada uma dessas variáveis à hereditariedade.

A circunferência abdominal, por exemplo, responsável pela famosa "cinturinha", é influenciada em 40% pelo fator genético. Já a hipertensão e o nível de glicose, em 20%. "O HDL é ainda mais influenciado por fatores genéticos. Se seu pai ou sua mãe tem HDL baixo, a tendência de você ter este colesterol baixo é muito grande. O desafio para tentar mudar isso, por meio da atividade física ou ingestão de alimentos, é enorme", alerta Camila Maciel, que é especialista em Endocrinologia no Hospital das Clínicas da USP, em entrevista à Rádio USP.

A médica conta que o próximo passo é avaliar a frequência com que os problemas cardiovasculares aparecem nessas pessoas. Além disso, o estudo também busca disseminar para as crianças a prevenção dos fatores de risco. Aulas e atividades interativas são oferecidas nas escolas das zonas urbana e rural de Baependi para estudantes a partir de 4 anos de idade.

Conforme a pesquisadora, é importante mostrar que a hereditariedade tem um peso considerável na incidência de problemas no coração, mas, ressalta que uma dieta adequada aliada à prática de atividade física regular pode mudar o "desfecho da história". "A partir do momento em que investimos na educação, estamos contando com a possibilidade das crianças semearem esse conceito no ambiente familiar. A modificação do estilo de vida vem antes de qualquer outra medicação sugerida", enfatiza a médica.

(com Rádio USP)

Fonte: Repórter PB

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