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Igrejas negras estão levando fiéis aos cinemas para verem “Pantera Negra”

"Eu quero que eles vejam pessoas que tiveram sucesso e que chegaram à telona. Espero que isso lhes inspire”, diz pastora

Da Redação Repórter PB

20/02/2018 às 18:45

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O novo lançamento da Marvel, “Pantera Negra”, não é um filme cristão, mas muitas igrejas americanas têm fechado cinemas para exibirem o longa para os fiéis. Apesar de algumas críticas por haver cenas que ensinam sobre a invocação de espírito dos antepassados, o cantor gospel Kirk Franklin defende a iniciativa.

Os Estados Unidos possuem uma longa tradição de igrejas “negras”, que têm uma cultura própria e até denominações formadas em torno da cor da pele, uma herança dos tempos em que a segregação era protegida por lei.

Com o elenco de Pantera Negra é majoritariamente negro, os líderes religiosos veem com bons olhos o fato de o longa ir na “contramão” das grandes produções, que via de regra não mostram negros como os “heróis”.

Franklin acredita que a história do super-herói africano representa “esperança de mudança” para as comunidades negras. “As pessoas sempre quiseram ter algo com o qual podem se identificar e isso [filme] representa esperança. Isso reflete algo maior”, afirmou o pastor e cantor.

“Quando você pode se ver fazendo coisas ‘sobrenaturais’, então se torna capaz de assumir esse poder e acredita que você também possui uma habilidade sobrenatural”, enfatizou, traçando um paralelo dos poderes dos heróis com o ‘poder espiritual’ sobre o qual sua igreja ensina.

Percepção similar tem o pastor Kyev Tatum, líder da Southern Christian Leadership Conference, que levou um grupo de alunos carentes para ver o filme em sua cidade, no Texas.

“Uma criança com problemas precisa de 3 coisas: sentido, responsabilidade e oportunidade. Se você oferecer essas três coisas enquanto elas ainda estão se desenvolvendo, ajudará a terem uma autoimagem positiva. Isso é muito importante quando você sempre se vê retratado de forma negativa. Você olha a TV e o negro sempre é o rejeitado, o suspeito ou o marginal. Isso te faz internalizar a inferioridade racial”, desabafa.

Já o pastor Joe Baker, da Igreja Nação do Refúgio em Newport News, Virgínia, também se associou com organizações locais e igrejas locais para comprar 500 ingressos e fechou por uma noite o cinema local para a exibição a adolescentes negros entre 11 e 18 anos. Ele garante que a ideia é usar o filme para iniciar um debate sobre a maneira como os jovens pensam sobre o seu futuro.

Latrice Caligone, pastora de jovens da Primeira Igreja Batista de North Tulsa, em Oklahoma, explicou porque este é o primeiro filme não cristão que a igreja está promovendo entre os membros.

“Eu quero que eles vejam pessoas que tiveram sucesso e que chegaram à telona. Espero que isso lhes inspire”, disse ela lembrando que vários atores são assumidamente evangélicos, como Chadwick Boseman, Angela Bassett e Sope Aluko.

Fonte: Gospel Prime

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