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O disco gospel de Snoop Dogg parece ser apenas jogada de marketing

Em nenhuma das entrevistas o artista mostra que teve uma mudança de vida

Da Redação Repórter PB

02/02/2018 às 19:13

Imagem Disco gospel

Disco gospel ‧ Foto: Divulgação

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O famoso produtor e rapper Snoop Dogg está prestes a lançar seu primeiro álbum gospel chamado “Bible of Love” [Bíblia do Amor]. Com 32 músicas, terá a participação de cantores conhecidos como Tye Tribett, Clark Sisters, Faith Evans e Rance Allen. Estará disponível a partir de 16 de março nas plataformas digitais e a versão física será um CD duplo.

“Isso sempre esteve no meu coração. Eu nunca consegui entender porque eu sempre estou fazendo rap gangsta ou fazendo isso ou aquilo”, afirmou ele durante uma entrevista à Rádio Beats 1. “Eu simplesmente sentia há muito tempo. Eu preciso fazer isso agora”, insistiu.

Quando começou a anunciar o projeto, no ano passado, muitos sites especializados em música especularam se ele teria vivido alguma experiência espiritual e teria mudado de vida. No Brasil, foi espalhada a notícia falsa de que ele teria “aceitado Jesus”.

Contudo, Snoop Dogg vem explicando que sua mãe, Beverly Tate, é uma evangelista de uma igreja pentecostal. Ele foi criado em uma família evangélica, embora tenha abandonado a religião na adolescência. Conta também que foi sua avó, Dorothy Tate, que lhe ensinou a gostar da sonoridade da música gospel com seus corais e modulações vocais.

Mas o rapper vem dizendo que, ao contrário do vem sendo especulado, esta é uma experiência musical. No clipe lançado hoje (2), de “Words are few” [Palavras são poucas], embora gravado dentro de uma igreja, a letra deixa bem claro que ele continua basicamente a mesma pessoas, usuário de drogas e vivendo uma vida à margem da lei (gangsta). O diferencial é que afirma estar ciente que Jesus em breve virá.

A letra diz: “Eu sei que Deus está me chamando/Não sou quem eu deveria ser/Sentado aqui fumando árvores/Quando eu deveria estar de joelhos/Quando minhas palavras são poucas/Não haverá descanso para a minha alma até eu me limpar/Fale comigo Senhor”.

Com uma carreira de mais de 25 anos na música, além de trabalhar como ator em filmes e seriados de TV, Snoop afirma estar fazendo algo que gosta, não é uma experiência religiosa. “O álbum é todo sobre o amor, do início ao fim. É assim que você muda o mundo, colocando mais amor nele”.

Em nenhuma das entrevistas até agora, Calvin Broadus, seu nome verdadeiro, mostra que teve uma mudança interior. Tudo indica que é apenas uma jogada comercial para faturar mais em um novo mercado.

A última vez que ele fez isso, em 2012, dizia ter se convertido à religião rastafári, após uma viagem à Jamaica. Ele passou a usar o nome artístico de Snoop Lion e prometeu compor músicas que não falavam mais sobre violência, mortes, tráfico de drogas ou coisas destrutivas. No ano seguinte ele lançou um álbum de reggae chamado “Reincarnated”.O título referia-se a sua nova convicção religiosa, de que ele era a reencarnação do conhecido cantor de reggae Bob Marley, falecido na década de 1980.

Não durou muito tempo e Snoop voltou a gravar o mesmo tipo de música que o tornou famoso. Em 1996, teve seu nome ligado à morte de um policial, mas foi inocentado por falta de provas. No ano passado ele lançou a música “Lavender“, onde falava sobre matar policiais e Donald Trump, o que levou o FBI a cogitar uma investigação sobre incitação contra o presidente.

 

Fonte: Gospel Prime

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